Mesmo com fim do Outubro Rosa, mulheres devem continuar em alerta contra o câncer de mama

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Mesmo com fim do Outubro Rosa, mulheres devem continuar em alerta contra o câncer de mama

Doença é a que mais acomete as mulheres em todo o Brasil. 

Feira de Santana Notícias 24h - Na última semana, foram encerradas, em Feira de Santana, assim como em todo os país, as ações voltadas à campanha Outubro Rosa, que visa conscientizar a população acerca da importância da prevenção e do diagnóstico precoce contra o câncer de mama.

Segundo dados do Ministério da Saúde, a estimativa é que 73.610 casos novos de câncer de mama sejam diagnosticados em 2024. Em Feira de Santana, durante o Outubro Rosa, a Secretaria de Saúde conseguiu diagnosticar 11 casos da doença. Em 2023, no município, durante todo o ano foram 36 casos registrados pela rede pública municipal.

Tais dados revelam que, mesmo após o fim das ações do Outubro Rosa, as mulheres não devem negligenciar os cuidados e realizar exames de rotina, ou seja, permanecerem em estado de vigilância contra o câncer de mama, que é o tipo que mais acomete as mulheres em todo o Brasil.

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No entanto, segundo a secretária municipal de Saúde, Cristiane Campos, apesar de o exame estar disponível durante todo o ano, a maior procura ocorre no mês de outubro, devido à conscientização promovida pela campanha.

Desafios

De acordo com a médica ginecologista e cirurgiã Priscila Carvalho, com atuação em Feira de Santana, apesar dos avanços nas campanhas de prevenção e na realização de exames de rastreamento, ainda existem desafios no diagnóstico precoce do câncer de mama.

"Muitos casos são diagnosticados tardiamente por diversos fatores: falta de conhecimento sobre a doença, medo do diagnóstico e barreiras socioeconômicas, que limitam muitas mulheres ao acesso aos cuidados de saúde. A desigualdade de acesso a serviços médicos faz com que algumas mulheres só procurem ajuda quando os sintomas já são evidentes, em estágio avançado, o que impacta negativamente o prognóstico e reduz as chances de cura", afirmou.

Para ela, além dos fatores já citados, há outros que podem contribuir para que mulheres negligenciem os cuidados.

"Além da sobrecarga de tarefas e responsabilidades que muitas mulheres enfrentam, há a questão de que, na vida corrida, a saúde acaba ficando em segundo plano. Consultas regulares são fundamentais para o diagnóstico precoce, mas precisamos também reforçar a importância da prevenção através dos hábitos de vida. Quando falamos em combater os fatores de risco do câncer de mama devemos enfatizar a importância de manter um peso adequado, adotar uma dieta balanceada, evitar álcool e tabaco e gerenciar o estresse. Todos esses fatores são essenciais para reduzir o risco de câncer de mama, mas frequentemente são deixados de lado", esclareceu.

Sintomas

A especialista em saúde da mulher destaca que o tempo de desenvolvimento de um nódulo varia muito. Alguns tipos de câncer de mama crescem rapidamente, em questão de meses, enquanto outros podem levar anos para se desenvolver.

"A velocidade do crescimento depende de fatores como a agressividade do tumor e as condições de saúde da paciente, por isso a importância do rastreamento regular para detectar lesões em estágios iniciais, antes do surgimento de sintomas. A maioria dos nódulos mamários são benignos e não evoluem para câncer. No entanto, todo nódulo deve ser investigado por um especialista para garantir que não haja características malignas. O acompanhamento clínico regular é essencial para monitorar qualquer alteração que possa surgir."

Ela informou que nódulos benignos tendem a ser móveis, ter bordas bem definidas e não invadem tecidos circundantes. Já os malignos costumam ser mais duros, fixos, com bordas irregulares, podendo invadir tecidos próximos. Além disso, podem vir acompanhados de outros sinais, como alteração na pele (aspecto de casca de laranja), vermelhidão, secreção pelo mamilo e dor.

Em todos estes casos, o ato do autoexame continua sendo uma ferramenta importante e detecção dos sinais, porém ele não substitui exames clínicos e de imagem, como a mamografia, que podem detectar nódulos em estágios iniciais, antes de serem palpáveis.

"O autoexame ajuda a mulher a identificar alterações no próprio corpo, mas o acompanhamento médico regular e exames de rastreio são fundamentais para uma detecção precoce. Os principais sinais de alerta incluem nódulos na mama ou axila, mudanças no formato ou tamanho das mamas, alterações na pele, como vermelhidão ou espessamento, secreção anormal pelo mamilo e retração do mamilo. Dor localizada também pode ser um sintoma. Qualquer mudança nas mamas deve ser investigada por um profissional de saúde."

Histórico familiar

O histórico familiar é um fator de risco importante, especialmente se houver parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama.

"Mutações genéticas hereditárias, como BRCA1 e BRCA2, aumentam significativamente o risco. No entanto, a maioria dos casos de câncer de mama ocorre de forma esporádica, sem relação com a genética. Fatores ambientais e comportamentais, como obesidade, tabagismo e consumo excessivo de álcool, também contribuem para o risco."

Ela explica ainda que, embora seja raro, homens também podem desenvolver câncer de mama, representando menos de 1% dos casos. Por isso, eles também devem estar atentos a quaisquer mudanças nas mamas e procurar um médico se perceberem alterações.

"O câncer de mama é multifatorial. Fatores genéticos, hormonais, ambientais e comportamentais contribuem para o risco de desenvolvimento da doença. Entre os principais fatores estão idade avançada, obesidade, histórico familiar, mutações genéticas, sedentarismo e consumo de álcool. No entanto, mulheres sem fatores de risco também podem desenvolver a doença", observou.

Segundo o Ministério da Saúde, o rastreamento do câncer deve ser iniciado a partir dos 50 anos, enquanto a Sociedade Brasileira de Mastologia sugere começar aos 40.

"Cada caso deve ser avaliado individualmente, especialmente em pacientes com histórico familiar ou alterações nos exames de imagem, dessa forma, em alguns casos a realização da mamografia será antecipada. Essa recomendação é baseada em evidências científicas e pode ser revisada à medida que novas pesquisas surgirem." 

 

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Terça, 03 Dezembro 2024

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