Diretor técnico da Santa Casa de Misercórdia explica redução de cirurgias oncológicas

Saúde e Bem EstarFeira de Santana

Diretor técnico da Santa Casa de Misercórdia explica redução de cirurgias oncológicas

Especialista comentou sobre diferença entre custo dos procedimentos e o valor pago 

Crédito: Divulgação

As cirurgias oncológicas de boca, faringe e laringe realizadas pela Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), ala oncológica da Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana não foram completamente suspensas e sim passam por uma redução de oferta, explicou o diretor técnico da unidade de saúde, Edval Gomes, em entrevista ao jornal FOLHA DO ESTADO. O tema foi debatido nesta quarta-feira (29) em um discurso do vereador Silvio Dias (PT), na Câmara Municipal, onde o parlamentar chamou atenção da Prefeitura Municipal para urgência no repasse das verbas a esta instituição filantrópica.

O especialista comentou que aos valores repassados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) à Santa Casa para cirurgias são insuficientes para cobrir as despesas do procedimento. Gomes lembrou que há cerca de 10 anos a unidade filantrópica é credenciada junto ao Ministério da Saúde para procedimentos cirúrgicos oncológicos para câncer prevalentes e também os que atingem boca, laringe e faringe, mesmo não sendo especialidade da UNACON.

"O que a gente recebe por procedimento, não paga a cirurgia", explicou Gomes. O médico cardiologista disse que a redução chega a ser entre 40 a 50 cirurgias por mês. As cirurgias na tireoide foram 100% mantidas, já as não tireoide foram suspensas. 

"O grande problema é o valor repassado para o custo real. Chega ao limite da insustentabilidade"

Edval Gomes, diretor técnico da Santa Casa

O diretor técnico da Santa Casa explicou que geralmente uma cirurgia deste tipo pode envolver até três cirurgiões, além de procedimentos como diálise. De forma geral, a unidade recebe via SUS, R$ 13 mil por procedimento, mas os custos podem chegar até R$ 50 mil, se houver alguma complicação. "Se ocorrer tudo bem, o déficit pode ser menor, pode chegar a R$ 2 mil. O grande problema é o valor repassado para o custo real. Chega ao limite da insustentabilidade", resumiu o doutor Edval Gomes.

O especialista comentou que no final do último mês de agosto foi encaminhado um ofício à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) sinalizando as dificuldades e em outubro a Secretaria de Saúde de estado da Bahia (Sesab) também foi comunicada. Gomes comentou que desconhece atraso no repasse de valores a Santa Casa. "Não conheço atraso de repasse, que é federal. A União não pode transferir diretamente para unidades como a nossa, então a Prefeitura é um mero transferidor", disse Gomes que já foi secretário municipal de saúde entre janeiro a março de 2021. 

 

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