Um estudo publicado no British Journal of Sports Medicine desafia a visão convencional sobre atividades físicas para a saúde cardiovascular, ao apontar que os exercícios isométricos, nos quais os músculos se contraem com o corpo em repouso, são excepcionalmente eficazes na redução da pressão arterial. Os resultados de uma revisão de 270 estudos realizados entre 1990 e 2023 indicam que essa prática específica tem o potencial de transformar as diretrizes sobre o controle e prevenção da hipertensão arterial.

De acordo com os pesquisadores do Reino Unido, liderados por Jamie O'Driscoll, da Canterbury Christ Church University, os exercícios isométricos, como agachamentos na parede, prancha abdominal, remada, flexão de braço e elevação pélvica, geram um estresse único no corpo, contribuindo significativamente para a redução da pressão arterial. O estudo destaca que o treinamento isométrico resistido é uma intervenção não farmacológica eficaz para prevenir e tratar a hipertensão.

Embora os benefícios desses exercícios sejam evidentes, especialistas, como o médico cardiologista Fernando Reis Menezes, recomendam a prática somente para indivíduos com pressão arterial controlada. O personal trainer Rafael Rodrigues Reis destaca a importância da avaliação médica e do acompanhamento profissional, ressaltando que, mesmo sendo uma forma eficaz de exercício, os isométricos devem ser realizados com cautela.

Para oferecer uma perspectiva prática, o personal trainer Caio Signoretti apresenta uma série de cinco exercícios isométricos, como elevação pélvica, prancha abdominal, remada, flexão de braço e agachamento, indicando a realização de três séries de 15 repetições em cada exercício. Essa abordagem holística destaca a importância dos exercícios isométricos como uma estratégia poderosa para manter a saúde cardiovascular, desde que praticada com responsabilidade e sob orientação profissional.