Clériston Andrade realiza procedimento endoscópico pioneiro no SUS da Bahia
O paciente, um homem de 26 anos de Itatim, foi internado com dor abdominal aguda.
O Centro de Hemorragia Digestiva do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, realizou um procedimento inédito no Sistema Único de Saúde (SUS) da Bahia. Trata-se de uma drenagem de coleção pancreática por ecoendoscopia com colocação de prótese metálica de aposição de lúmens, especificamente a Hot Axios, doada pela empresa Boston Scientific.
O paciente, um homem de 26 anos de Itatim, foi internado com dor abdominal aguda. Ele foi diagnosticado com pancreatite aguda grave de origem alcoólica, que evoluiu para uma coleção pancreática volumosa de 2,5 litros. Segundo o Dr. Victor Galvão, coordenador do Centro de Hemorragia Digestiva do Interior (CHDI/HGCA), "essa coleção estava comprimindo o estômago, impedindo o paciente de se alimentar. O paciente também desenvolveu uma necrose do pâncreas com infecção."Para evitar complicações maiores e procedimentos cirúrgicos invasivos, foi decidido realizar a drenagem endoscópica. "O procedimento foi guiado por ecoendoscopia, que é mais rápido, simples e menos invasivo. Demorou menos de 20 minutos, enquanto uma cirurgia convencional duraria aproximadamente 2 horas, além de maiores chances de complicações e risco de não sobrevivência", explicou Dr. Victor.
A prótese Hot Axios, utilizada no procedimento, é uma inovação na endoscopia intervencionista, permitindo drenagens seguras e eficazes. "A prótese permite a comunicação entre o cisto pancreático e o estômago, facilitando a drenagem do líquido e a necrosectomia posterior", detalhou o médico.
Suelen Santos, especialista clínica da Boston Scientific, ressaltou a importância do dispositivo: "O Hot Axios combina diversos passos do procedimento de drenagem em uma única etapa, reduzindo o tempo do procedimento para cerca de 20 minutos. Isso aumenta a segurança tanto para a equipe médica quanto para o paciente."
A coleção pancreática é uma complicação da pancreatite e pode exigir intervenções complexas. "Essas lesões estão associadas a uma evolução dinâmica da doença e, quando infectadas, precisam de uma abordagem rápida e eficiente, que seja menos invasiva, diminuindo o tempo de exposição do paciente ao procedimento, reduzindo o risco de complicações", acrescentou o especialista.
O sucesso do procedimento foi um marco para o HGCA e para o SUS na Bahia. A Boston Scientific se sensibilizou com o caso e doou a prótese. "A coordenação do CHDI enviou o caso à Boston, que viu uma boa indicação para a doação. Utilizamos ultrassom endoscópico, um procedimento ainda não disponível no SUS, mas que será implementado em Feira de Santana até 2025. A realização deste procedimento pioneiro no HGCA não só marca um avanço significativo na medicina endoscópica, mas também abre caminho para a adoção de novas tecnologias no SUS, proporcionando tratamentos mais eficazes e menos invasivos para a população", afirmou o médico.
Este procedimento minimamente invasivo tem como principal objetivo reduzir o tempo de internação dos pacientes. "Pacientes que passam meses internados podem agora ter uma recuperação mais rápida, reduzindo custos e liberando leitos mais rapidamente. Isso é fundamental para um sistema de saúde mais eficiente e sustentável", concluiu Suelen Santos.
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