Banco de Olhos da Bahia completa 17 anos
O banco tem a função de receber as doações de córneas vindas de toda a Bahia
O Banco de Olhos da Bahia, localizado no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), em Salvador, completa 17 anos nesta sexta-feira (5). Único no Estado, o banco tem a função de receber as doações de córneas vindas de toda a Bahia, provenientes de instituições de saúde públicas e privadas, além de realizar todos os procedimentos necessários de preservação e armazenamento do tecido até a sua distribuição.
No entanto, para que ocorram as doações, são fundamentais a generosidade e solidariedade das pessoas, além do trabalho efetivo de uma equipe multiprofissional, uma vez que a fila de espera por uma córnea é grande: são 1.234 pessoas que aguardam em torno de 17 meses pelo tecido atualmente. E uma taxa de negativa familiar superior a 70%.
A fila de espera cresceu muito no período da pandemia, mesmo depois de uma campanha premiada do Banco de Olhos, realizada entre 2017 e 2019 (fila zero de córnea) que, na época, baixou o número de inscritos de 1300 para 496 e reduziu o tempo de espera de dois anos para cinco meses.
Marli Souza Nascimento, coordenadora do banco de olhos da Bahia, explica que no período pandêmico, reduziram-se as cirurgias, sendo realizadas somente aquelas de urgência, além do que a captação de córnea só era possível apenas em pacientes com morte encefálica, restando proibidas, pelo Ministério da Saúde, as captações com o coração parado, por conta dos protocolos da Covid-19.
O próximo passo do Hospital Geral Roberto Santos é implantar o serviço de transplante de córneas na unidade, com perspectiva de funcionamento ainda este ano, para que a unidade faça o ciclo completo, desde a captação até o transplante.
Banco de Olhos da Bahia
Fundado em 5 de maio de 2006, no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), a unidade começou a receber córneas no dia 29 do mesmo mês e, de lá para cá, já recebeu 5.465 doações. A primeira captação encaminhada para o banco foi realizada no Hospital Espanhol, pelo médico Marco Aurélio, que foi o fundador do Banco de Olhos da Bahia. Ele conta que o banco foi um marco no transplante de córneas no Estado, pois antes o tecido tinha que ser transplantado em, no máximo, 48 horas, uma vez que não tinha um local adequado para realizar os procedimentos necessários à sua preservação e armazenamento.
O profissional conta que, às vezes, ia ao aeroporto no meio da noite para pegar a córnea que vinha de outro estado, a exemplo de São Paulo, e fazia a cirurgia de madrugada, pois se deixasse para o dia seguinte perderia o tecido. Com o banco de olhos, o órgão pode ficar armazenado sem problemas por até 14 dias, mudando a dinâmica do transplante e evitando perdas.
Funcionando 24 horas por dia, o banco conta com uma equipe multiprofissional, composta por médicos oftalmologistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliar administrativo e "muita vontade de fazer acontecer", como pontua a coordenadora do banco, Marli Souza Nascimento. Nestes 17 anos, a equipe do Banco de Olhos realizou campanhas premiadas, como "Rumo à Fila Zero de Córneas", que reduziu a fila de 1 300 pacientes para 496, e o tempo de espera de dois anos para cinco meses.
"Eu não tenho palavras para agradecer", diz paciente
Marcos Rogério Martins Ferreira, 69 anos, que passou por um transplante de córnea em 2019, ressalta que só quem passou por esta espera sabe como é angustiante. "Eu entrava no site todos os dias para ver minha posição na fila, até que meu psicólogo me proibiu de fazer este monitoramento diário", disse Marcos.
No entanto, para que ocorram as doações, são fundamentais a generosidade e solidariedade das pessoas, além do trabalho efetivo de uma equipe multiprofissional, uma vez que a fila de espera por uma córnea é grande: são 1.234 pessoas que aguardam em torno de 17 meses pelo tecido atualmente. E uma taxa de negativa familiar superior a 70%.
A fila de espera cresceu muito no período da pandemia, mesmo depois de uma campanha premiada do Banco de Olhos, realizada entre 2017 e 2019 (fila zero de córnea) que, na época, baixou o número de inscritos de 1300 para 496 e reduziu o tempo de espera de dois anos para cinco meses.
Marli Souza Nascimento, coordenadora do banco de olhos da Bahia, explica que no período pandêmico, reduziram-se as cirurgias, sendo realizadas somente aquelas de urgência, além do que a captação de córnea só era possível apenas em pacientes com morte encefálica, restando proibidas, pelo Ministério da Saúde, as captações com o coração parado, por conta dos protocolos da Covid-19.
O próximo passo do Hospital Geral Roberto Santos é implantar o serviço de transplante de córneas na unidade, com perspectiva de funcionamento ainda este ano, para que a unidade faça o ciclo completo, desde a captação até o transplante.
Banco de Olhos da Bahia
Fundado em 5 de maio de 2006, no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), a unidade começou a receber córneas no dia 29 do mesmo mês e, de lá para cá, já recebeu 5.465 doações. A primeira captação encaminhada para o banco foi realizada no Hospital Espanhol, pelo médico Marco Aurélio, que foi o fundador do Banco de Olhos da Bahia. Ele conta que o banco foi um marco no transplante de córneas no Estado, pois antes o tecido tinha que ser transplantado em, no máximo, 48 horas, uma vez que não tinha um local adequado para realizar os procedimentos necessários à sua preservação e armazenamento.
O profissional conta que, às vezes, ia ao aeroporto no meio da noite para pegar a córnea que vinha de outro estado, a exemplo de São Paulo, e fazia a cirurgia de madrugada, pois se deixasse para o dia seguinte perderia o tecido. Com o banco de olhos, o órgão pode ficar armazenado sem problemas por até 14 dias, mudando a dinâmica do transplante e evitando perdas.
Funcionando 24 horas por dia, o banco conta com uma equipe multiprofissional, composta por médicos oftalmologistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliar administrativo e "muita vontade de fazer acontecer", como pontua a coordenadora do banco, Marli Souza Nascimento. Nestes 17 anos, a equipe do Banco de Olhos realizou campanhas premiadas, como "Rumo à Fila Zero de Córneas", que reduziu a fila de 1 300 pacientes para 496, e o tempo de espera de dois anos para cinco meses.
"Eu não tenho palavras para agradecer", diz paciente
Marcos Rogério Martins Ferreira, 69 anos, que passou por um transplante de córnea em 2019, ressalta que só quem passou por esta espera sabe como é angustiante. "Eu entrava no site todos os dias para ver minha posição na fila, até que meu psicólogo me proibiu de fazer este monitoramento diário", disse Marcos.
Ele acrescentou que a emoção era tanta que, quando recebeu a ligação dizendo que ele seria submetido ao procedimento no dia seguinte, "caiu no choro". E acrescentou: "Eu não tenho palavras para agradecer à família que doou as córneas do seu ente querido para que hoje eu pudesse enxergar novamente".
Comentários:
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.