A América Latina e o Caribe enfrentam um surto alarmante de dengue em 2024, registrando 9,3 milhões de casos, o dobro do ano anterior. No Brasil, o aumento foi ainda mais impressionante, com os casos saltando 230%. No entanto, a taxa de mortalidade regional permanece abaixo de 0,05%, conforme dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Esse feito é atribuído aos contínuos esforços de controle e prevenção, que envolvem vigilância rigorosa e intervenções oportunas.

O diretor da Opas, Jarbas Barbosa, destacou que a baixa mortalidade é um resultado direto das ações coordenadas pelos países da região e do suporte contínuo da agência de saúde da ONU. Ele enfatizou a importância de manter a vigilância ativa, fortalecer as medidas preventivas e assegurar que o atendimento médico seja acessível e imediato para todos os infectados. No Brasil, onde a incidência atingiu 3.676 casos por 100 mil habitantes, as autoridades de saúde têm redobrado os esforços para controlar a disseminação do mosquito Aedes aegypti.

As causas para o aumento expressivo dos casos são multifacetadas. A expansão territorial do mosquito, impulsionada por fatores climáticos como o El Niño e as mudanças climáticas, junto com o crescimento urbano desordenado e serviços precários de saneamento, criaram um ambiente propício para a proliferação do vetor. Além disso, a pandemia de Covid-19 reduziu a exposição ao vírus da dengue, resultando em uma população mais suscetível ao surto atual.

Com a aproximação do pico da temporada de dengue no hemisfério norte, a Opas pede aos países que intensifiquem suas ações de prevenção e controle. Recomenda-se aumentar a conscientização da comunidade sobre a eliminação de criadouros de mosquitos, adotar medidas de proteção pessoal e garantir um atendimento médico adequado e rápido para os pacientes. A população é encorajada a buscar ajuda médica imediatamente ao notar sintomas de dengue, a fim de reduzir o impacto da doença na região.