Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes determinou que o Ministério da Defesa apresente, em 48 horas, cópias dos documentos obtidos em eventual auditoria realizada nas urnas eletrônicas no primeiro turno das eleições deste ano.

"As notícias de realização de auditoria das urnas pelas Forças Armadas, mediante entrega de relatório ao candidato à reeleição, parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral manifestada pelo Chefe do Executivo, podendo caracterizar, em tese, desvio de finalidade e abuso de poder", diz trecho da decisão publicada nesta terça-feira (18).

O magistrado determinou ainda que a pasta informe qual foi a fonte dos recursos gastos para a suposta auditoria e deu um prazo de cinco dias para o presidente Jair Bolsonaro apresentar sua defesa no caso.

Na decisão, Moraes atendeu um pedido apresentado pela Rede Sustentabilidade, que recorreu ao TSE ao apontar que o presidente e candidato à reeleição defendeu em uma live a realização de uma auditoria que não a oficial da própria Justiça Eleitoral.

Segundo informou Malu Gaspar em sua coluna no jornal O Globo, a fiscalização encomendada pelo chefe do Executivo às Forças Armadas não detectou qualquer irregularidade no primeiro turno das eleições . Generais ouvidos pela publicação relataram ainda que Bolsonaro barrou a divulgação do relatório por discordar do resultado e determinou a realização de nova auditoria no segundo turno.

Na semana passada o Tribunal de contas da União (TCU) também acionou o Ministério da Defesa , para que o governo encaminhe uma cópia dos resultados da auditoria feita pelos militares.