Transição energética será independência verdadeira do Brasil, diz Lula
Lula está em Bruxelas onde participa da 3ª Cúpula Celac-União Europeia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira (18), que a transição energética representa uma "chance excepcional" para o Brasil alcançar uma "verdadeira independência", tanto do ponto de vista econômico como cultural, social e geopolítico.
O presidente afirmou ser grande o retorno dos investimentos feitos no setor cultural e que os muitos empregos gerados por este segmento têm resultado na distribuição de riquezas, além de levar conhecimento para as pessoas.
Lula está em Bruxelas onde participa da 3ª Cúpula Celac-União Europeia, encontro que reúne 60 lideranças de países latino-americanos e europeus.
Chance excepcional
Na entrevista concedida à TV Brasil, o presidente da República disse que o Brasil "está ficando ainda mais importante" para o mundo em função da clareza cada vez maior sobre a relevância da questão ambiental e da necessidade de uma transição energética visando o uso cada vez maior de fontes de energia sustentáveis, não danosas ao meio ambiente.
"O Brasil tem uma chance excepcional. Nunca antes na história do Brasil, vi tanta chance para o Brasil conquistar aliados, espaço e investimentos. Sobretudo, nessa questão da transição energética, com as energias eólica, solar, biomassa, etanol e biodiesel", avaliou Lula.
Independência verdadeira
"Agora, com o hidrogênio verde, a chance do Brasil é extraordinária. A gente não pode jogar fora essa oportunidade. Acho que o século 21 definitivamente vai ser o século da independência verdadeira do Brasil, do ponto de vista econômico, cultural, social e também geopolítico", acrescentou ao argumentar que a humanidade "precisa levar em conta que cada gesto e atitude nossa podem melhorar ou piorar a situação do planeta".
Ele reiterou a importância de os países que ainda possuem grandes florestas em seus territórios permanecerem unidos, tomando decisões conjuntas a serem levadas à COP-28 [Conferência das Partes das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COP28), em novembro, nos Emirados Árabes], e que a exploração da Amazônia deve ser feita com cautela, levando em conta cuidados com a floresta e as populações que ali vivem.
"A gente não quer transformar a Amazônia em um santuário da humanidade. É um território no qual temos poder soberano. O que queremos compartilhar é a exploração científica da riqueza da biodiversidade, para saber se dali poderemos extrair produtos fármacos, cosméticos e, sobretudo, encontrar formas de melhorar a vida do povo da selva. Precisamos pensar em cuidar da floresta e do povo, porque é o povo o que faz a nossa nação", argumentou.
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