Tentativas de recuperar joias foram ordenadas por Jair Bolsonaro, diz Mauro Cid
Tenente-Coronel vai reafirmar versão em depoimento para Polícia Federal
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), vai relatar em depoimento para a Polícia Federal que foi o ex-presidente quem ordenou que ele tomasse as medidas necessárias para reaver as joias apreendidas pela Receita Federal. A oitiva do militar está marcada para 5 de abril no inquérito que apura o caso das joias sauditas.
De acordo com o Estadão, a informação tem sido repassada por Cid a interlocutores e ao advogado de defesa, Rodrigo Roca. O tenente-coronel alega que não teria como a determinação ter chegado até ele, senão ordenada pelo próprio Bolsonaro.
Em 28 de dezembro de 2022, próximo ao fim do mandato de Jair Bolsonaro, Mauro Cid encaminhou um ofício ao chefe da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes, para a "incorporação de bens apreendidos".
O documento foi apresentado pelo servidor da Ajudância de Ordens do Presidente da República, Jairo Moreira da Silva, a um agente da Receita Federal para a retirada das joias, destinada à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Mauro Cid chegou a emitir um despacho para que Jairo Moreira voasse em uma avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para Guarulhos e solicitou o adiantamento do cadastro das joias no sistema do Palácio do Planalto, sendo os dados excluídos do sistema após a negativa do órgão em entregar as peças. Os itens seriam incorporados ao acervo pessoal de Bolsonaro.
O ex-mandatário alega que não determinou o envio de um avião da FAB para reaver as joias e que não tinha conhecimento do conjunto.
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