Tebet diz que não vai se omitir no segundo turno e pede definição de partidos aliados

Política SIMONE TEBET

Tebet diz que não vai se omitir no segundo turno e pede definição de partidos aliados

Tebet terminou as eleições com cerca 4,1% das intenções de voto. 

Crédito: Reprodução/TV Globo

Terceira colocada na disputa presidencial, a senadora Simone Tebet (MDB) afirmou neste domingo (2) que não vai se omitir e cobrou pressa das direções das legendas da sua aliança -MDB, PSDB e Cidadania- sobre quem apoiar no segundo turno.

Em entrevista na noite deste domingo (2), a senadora pelo Mato Grosso do Sul adiantou que já tomou uma posição sobre quem endossar, em falas interpretadas como sinalização de apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Não esperem de mim omissão. Tomem logo a decisão, porque a minha está tomada", afirmou a jornalistas, em pronunciamento na sede do comitê de campanha em São Paulo.

Tebet terminou as eleições com cerca 4,1% das intenções de voto. O desempenho foi comemorado por sua campanha, principalmente porque ela ficou à frente do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que teve cerca de 3% dos votos válidos.

A senadora deixa o primeiro turno com uma fatia do eleitorado que será cobiçada pelas campanhas de Lula e do atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), que disputarão o segundo turno.

O petista teve 48,8% dos votos válidos, contra 43,3% de Bolsonaro.

Apesar de os votos de Tebet serem cobiçados, a transferência desse capital político é incerta. Aliados de Bolsonaro, por exemplo, consideram que a maioria dos que hoje a apoiaram tem perfil conservador e tende a migrar para o mandatário.

Tebet iniciou a campanha contestada até mesmo por aliados e tentou se apresentar como o nome capaz de romper a polarização entre PT e bolsonarismo.

Ela reforçou a mensagem ao votar neste domingo, em Campo Grande (MS).

"Lamentavelmente, a polarização ideológica contaminou a alma do povo brasileiro. Nossa candidatura buscou o caminho do meio, com equilíbrio e soluções reais", afirmou a candidata.

A senadora ainda classificou o pleito deste ano de atípico. "De alguma forma, o eleitor deu um voto no escuro, pois os líderes nas pesquisas não apresentaram o que vão fazer, e os debates foram marcados por ataques pessoais."

Desde o início, a candidatura enfrentou resistências dentro do próprio MDB. Alguns membros do partido defendiam a desistência para que recursos e esforços fossem destinados à eleição de uma bancada forte no Congresso. Alas da sigla também pressionavam pelo apoio a um dos dois favoritos na corrida presidencial. O grupo mais forte e mais vocal era favorável a Lula.

Já durante a campanha, a senadora levantou o tom em relação aos correligionários que não a apoiavam, apontando que o MDB era "muito maior que meia dúzia de políticos e seus caciques", e repetiu algumas vezes que tinham tentado "puxar o tapete" dela.

A emedebista enfrentou inicialmente dificuldades para subir nas pesquisas de intenção de voto. A situação mudou após o debate exibido na TV Bandeirantes, durante o qual foi atacada e protagonizou um confronto com Bolsonaro. A senadora também terminou se destacando nos outros dois debates sequentes.

Enquanto Ciro derreteu depois da campanha pelo voto útil, Tebet manteve índice próximo ao indicado pelas pesquisas, de cerca de 5%. A cifra vinha se repetindo em diferentes levantamentos. 

 

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