Alexandre de Moraes cobra governo sobre extradição de Allan dos Santos

PolíticaBlogueiro

Alexandre de Moraes cobra governo sobre extradição de Allan dos Santos

Ministro do STF deu prazo de cinco dias

Crédito: Divulgação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um prazo de cinco dias para o Ministério da Justiça e Segurança Pública prestar informações sobre o pedido de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos.

Ele é investigado no STF em dois inquéritos: o que apura a divulgação de fake news e ataques a integrantes da Corte; e também o que identificou a atuação de uma milícia digital. Após ter sido alvo de operações, Allan dos Santos deixou o Brasil e entrou nos Estados Unidos em 12 de agosto de 2020, com permissão para permanecer até 11 de fevereiro de 2021.

Em outubro do ano passado, Moraes determinou a prisão preventiva de Allan dos Santos e que o Ministério da Justiça iniciasse o imediato o processo de extradição dele.

Na decisão proferida nesta segunda (14), Moraes determinou que o secretário Nacional de Justiça, José Vicente Santini, detalhe as medidas adotadas pelo ministério para assegurar a extradição junto ao governo dos Estados Unidos. A Polícia Federal (PF) apura se a pasta teria tentado interferir no processo.

Ao STF, a PF apontou que o blogueiro, "a pretexto de atuar como jornalista", assumiu a condição de um dos organizadores de um movimento responsável por ataques à Constituição, aos poderes de Estado e à democracia.

Apuração

A PF apura se funcionários do Ministério da Justiça teriam tentado interferir no processo de extradição do blogueiro, que está nos Estados Unidos.

Para cumprir a decisão judicial, a delegada da PF Sílvia Amélia, do Departamento de Cooperação Internacional, do Ministério da Justiça, enviou toda a documentação para o Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Logo em seguida, ela foi exonerada, o que levantou suspeitas de tentativa de retaliação.

Em depoimentos, servidores apontaram uma suposta interferência da pasta. Segundo a investigação, Santini queria que as extradições determinadas pela Justiça, como a de Allan dos Santos, passassem por ele, ato que não é da competência do Secretário Nacional de Justiça. Assim, ele tentou criar uma instância no processo que não existia.

Santini é amigo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele ocupou o cargo de secretário-adjunto da Casa Civil da presidência da República até janeiro de 2020. Foi exonerado e acabou voltando para o governo em novembro do mesmo ano. Agora está no Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Santini também foi ouvindo pela Polícia Federal em novembro. No depoimento, ele negou interferência na extradição do blogueiro e disse que "não tem objetivo, bem como nunca teve pretensão de atuar no processo de extradição de Allan dos Santos".

Com informações do bahia.ba

 

Comentários:

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Já Registrado? Acesse sua conta
Visitante
Sábado, 23 Novembro 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.jornalfolhadoestado.com/