MDB oficializa candidatura de Simone Tebet à Presidência
Senadora aparece em 5º lugar nas pesquisas, com 1% das intenções de voto
Em convenção virtual, o MDB oficializou nesta quarta-feira (27) a candidatura da senadora Simone Tebet (MS) à Presidência da República nas eleições deste ano. O placar na votação interna do partido foi de 262 votos favoráveis e 9 contrários.
As convenções nacionais marcam a confirmação de um candidato. Conforme calendário fixado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o período vai de 20 de julho a 5 de agosto. Após a convenção, o partido fica apto a registrar a candidatura — o prazo é o dia 15 de agosto.
"A candidatura da futura Presidente da República do Brasil teve aprovação de 97% da nossa convenção. Hoje, anunciamos esse resultado, com muita alegria. Não percorremos o caminho mais fácil da velha política, do toma lá dá cá, das negociações não republicanas", afirmou o presidente nacional do partido, Baleia Rossi (SP).
"Apresentamos hoje ao povo brasileiro uma alternativa equilibrada, moderada, uma alternativa aos polos que são colocados e que infelizmente não dão respostas ao nosso país. A candidatura da Simone Tebet é uma candidatura da pacificação nacional. O povo brasileiro quer paz".
Delegados de Amazonas, Ceará, Piauí e Bahia, representantes de estados considerados "lulistas" , participaram da votação. Apenas Alagoas e Paraíba não registraram votos. No total, 182 dos 279 delegados aptos a votar participaram. O número de votos é maior do que os votantes porque alguns delegados têm direito a mais de um voto.
Também nesta quarta, em convenção em Brasília, a federação formada por PSDB e Cidadania formalizou o apoio à candidatura de Simone Tebet.
Pesquisa Datafolha divulgada em junho deste ano mostrou Simone Tebet em quinto lugar, com 1% das intenções de voto, atrás do ex-presidente Lula (PT), com 47%; do presidente Jair Bolsonaro (PL), com 28%; do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 8%; e do deputado André Janones (Avante), com 2%.
Apesar de oficializar a candidatura de Simone Tebet, o MDB está dividido. Isso porque parte das lideranças do partido defende apoio a Lula.
Resistências internas
Desde que Simone Tebet colocou o nome como pré-candidata à Presidência, setores do MDB defenderam que o partido não lançasse candidato e apoiasse Lula.
Em 2018, o candidato do partido, Henrique Meirelles, obteve 1,2% dos votos e ficou em sétimo lugar. Nas eleições anteriores, de 2014 e 2010, o MDB disputou com Michel Temer como vice de Dilma Rousseff (PT).
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), ex-presidente do Congresso, por exemplo, defendeu publicamente que o partido deveria apoiar Lula.
Além disso disso, caciques do partido chegaram a pedir intervenção do ex-presidente Michel Temer, em uma tentativa de adiar a data da convenção para 5 de agosto, o que não surtiu efeito.
Em outra tentativa de adiar a convenção, o prefeito de Cacimbinhas (AL), Hugo Wanderley, aliado de Renan Calheiros, pediu ao TSE que anulasse o edital de convocação da convenção, argumentando que o evento não poderia ser virtual por não garantir o sigilo do voto. O presidente do TSE, ministro Luiz Edson Fachin, rejeitou o pedido.
Em recado a opositores da candidatura de Tebet, o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire (SP), disse que quem busca barrar a candidatura de outros partidos para "facilitar seu caminho" foi "barrado hoje na história brasileira".
"Não existe eleição ganha de véspera. Não tem nada definido. Começa agora a eleição. Começa a ter o cenário que vai ter em 3 de outubro a disposição da soberania popular Até agora tínhamos uma disputa de rejeição", afirmou.
Indefinição sobre vice
A candidatura de Simone Tebet conta com o apoio da federação partidária formada por PSDB e Cidadania. A federação deve indicar o candidato a vice na chapa de Simone.
Em junho, o presidente do PSDB, Bruno Araújo (PE), indicou que o senador Tasso Jereissati (CE) era o favorito, mas mencionou também o nome da senadora Mara Gabrilli (SP). Segundo integrantes dos partidos que compõem a federação PSDB-Cidadania, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) aparece entre os nomes cotados.
No ano passado, o PSDB fez prévias para definir qual nome do partido disputaria a Presidência da República neste ano. O então governador de São Paulo, João Doria, venceu as prévias e passou a ser o pré-candidato tucano ao Palácio do Planalto.
No decorrer do ano, porém, Doria não conseguiu apoio da cúpula do PSDB para seguir na disputa e acabou anunciando sua saída da corrida presidencial. O PSDB, então, passou a apoiar Simone Tebet.
A convenção
Baleia Rossi abriu a convenção pouco depois das 10h e abriu a palavra para filiados ao partido, que participaram virtualmente.
Além de Tebet, falaram também os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, e do Cidadania, Roberto Freire.
Araújo, que integrou o governo Michel Temer como ministro das Cidades, lembrou o histórico de aliança entre os partidos e elogiou Tebet que, segundo ele, "tem clareza sobre o processo da democracia, da geração de empregos e do que é realmente importante nessa discussão".
Já Freire falou em sua "imensa satisfação" em ter como candidata à presidência da República "uma mulher que tem me surpreendido a todo momento".
O ex-presidente Michel Temer também participou da convenção de forma virtual e ressaltou o discurso de Tebet em direção à "pacificação nacional".
"Esse é um ponto fundamental. com toda a franqueza, se nossa candidata estiver de acordo, é pregar o que é óbvio no nosso país, que é a tranquilidade institucional, entre os setores sociais, e a constituição federal. sempre digo que a Constituição resolve tudo", disse Temer.
Trajetória política
Em 2001, foi eleita deputada estadual pelo Mato Grosso do Sul com 25.251 votos;
Em 2004, se candidatou a prefeitura de Três Lagoas e foi a primeira mulher eleita para ocupar o cargo, com 29.244 votos (66,7%). Em 2008, foi reeleita com 36.228 votos (76,8%);
Em 2011, assumiu o cargo de vice-governadora do Mato Grosso do Sul, na chapa encabeçada por André Puccineli;
Em 2013, assumiu o cargo de Secretária de Governo no governo de André Puccineli;
Em 2014, candidatou-se ao Senado e foi eleita com 640.336 votos (52,6%), para o mandato até 2023;
Em 2016, compôs a comissão especial do Senado do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). Tebet votou a favor do afastamento da presidente sob o argumento de que ela havia cometido crime de responsabilidade;
Nas eleições de 2018 foi pré-candidata do MDB ao governo do Mato Grosso do Sul, mas desistiu por questões particulares;
Em 2019, Tebet foi a primeira mulher eleita para ocupar a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado;
Em 2021, foi eleita como líder da bancada feminina no Senado;
Também em 2021, integrou a comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Covid no Senado. O colegiado tinha como objetivo investigar ações e omissões do governo federal no combate à pandemia;
As convenções nacionais marcam a confirmação de um candidato. Conforme calendário fixado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o período vai de 20 de julho a 5 de agosto. Após a convenção, o partido fica apto a registrar a candidatura — o prazo é o dia 15 de agosto.
"A candidatura da futura Presidente da República do Brasil teve aprovação de 97% da nossa convenção. Hoje, anunciamos esse resultado, com muita alegria. Não percorremos o caminho mais fácil da velha política, do toma lá dá cá, das negociações não republicanas", afirmou o presidente nacional do partido, Baleia Rossi (SP).
"Apresentamos hoje ao povo brasileiro uma alternativa equilibrada, moderada, uma alternativa aos polos que são colocados e que infelizmente não dão respostas ao nosso país. A candidatura da Simone Tebet é uma candidatura da pacificação nacional. O povo brasileiro quer paz".
Delegados de Amazonas, Ceará, Piauí e Bahia, representantes de estados considerados "lulistas" , participaram da votação. Apenas Alagoas e Paraíba não registraram votos. No total, 182 dos 279 delegados aptos a votar participaram. O número de votos é maior do que os votantes porque alguns delegados têm direito a mais de um voto.
Também nesta quarta, em convenção em Brasília, a federação formada por PSDB e Cidadania formalizou o apoio à candidatura de Simone Tebet.
Pesquisa Datafolha divulgada em junho deste ano mostrou Simone Tebet em quinto lugar, com 1% das intenções de voto, atrás do ex-presidente Lula (PT), com 47%; do presidente Jair Bolsonaro (PL), com 28%; do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 8%; e do deputado André Janones (Avante), com 2%.
Apesar de oficializar a candidatura de Simone Tebet, o MDB está dividido. Isso porque parte das lideranças do partido defende apoio a Lula.
Simone Tebet, porém, conta com o apoio do presidente nacional do MDB, Baleia Rossi (SP). E após investidas de Lula sobre setores do MDB, o partido divulgou uma nota assinada por dirigentes em 19 estados reiterando o apoio à senadora.
Nesta quarta, durante a abertura da convenção, a senadora discursou de forma virtual e chamou Baleia de "irmão político" e agradeceu ao presidente do MDB.
"Nossos alicerces democráticos estão abalados pela fome, miséria, desigualdade, desemprego, mas principalmente por essa polarização ideológica e esse discurso de ódio de nós contra eles. só nós, só o centro democrático, tem a capacidade de unir o Brasil para que o Brasil tenha segurança, estabilidade e volte a crescer e gerar emprego e renda pra população", afirmou Tebet.
Nesta quarta, durante a abertura da convenção, a senadora discursou de forma virtual e chamou Baleia de "irmão político" e agradeceu ao presidente do MDB.
"Nossos alicerces democráticos estão abalados pela fome, miséria, desigualdade, desemprego, mas principalmente por essa polarização ideológica e esse discurso de ódio de nós contra eles. só nós, só o centro democrático, tem a capacidade de unir o Brasil para que o Brasil tenha segurança, estabilidade e volte a crescer e gerar emprego e renda pra população", afirmou Tebet.
Resistências internas
Desde que Simone Tebet colocou o nome como pré-candidata à Presidência, setores do MDB defenderam que o partido não lançasse candidato e apoiasse Lula.
Em 2018, o candidato do partido, Henrique Meirelles, obteve 1,2% dos votos e ficou em sétimo lugar. Nas eleições anteriores, de 2014 e 2010, o MDB disputou com Michel Temer como vice de Dilma Rousseff (PT).
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), ex-presidente do Congresso, por exemplo, defendeu publicamente que o partido deveria apoiar Lula.
Além disso disso, caciques do partido chegaram a pedir intervenção do ex-presidente Michel Temer, em uma tentativa de adiar a data da convenção para 5 de agosto, o que não surtiu efeito.
Em outra tentativa de adiar a convenção, o prefeito de Cacimbinhas (AL), Hugo Wanderley, aliado de Renan Calheiros, pediu ao TSE que anulasse o edital de convocação da convenção, argumentando que o evento não poderia ser virtual por não garantir o sigilo do voto. O presidente do TSE, ministro Luiz Edson Fachin, rejeitou o pedido.
Em recado a opositores da candidatura de Tebet, o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire (SP), disse que quem busca barrar a candidatura de outros partidos para "facilitar seu caminho" foi "barrado hoje na história brasileira".
"Não existe eleição ganha de véspera. Não tem nada definido. Começa agora a eleição. Começa a ter o cenário que vai ter em 3 de outubro a disposição da soberania popular Até agora tínhamos uma disputa de rejeição", afirmou.
Indefinição sobre vice
A candidatura de Simone Tebet conta com o apoio da federação partidária formada por PSDB e Cidadania. A federação deve indicar o candidato a vice na chapa de Simone.
Em junho, o presidente do PSDB, Bruno Araújo (PE), indicou que o senador Tasso Jereissati (CE) era o favorito, mas mencionou também o nome da senadora Mara Gabrilli (SP). Segundo integrantes dos partidos que compõem a federação PSDB-Cidadania, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) aparece entre os nomes cotados.
No ano passado, o PSDB fez prévias para definir qual nome do partido disputaria a Presidência da República neste ano. O então governador de São Paulo, João Doria, venceu as prévias e passou a ser o pré-candidato tucano ao Palácio do Planalto.
No decorrer do ano, porém, Doria não conseguiu apoio da cúpula do PSDB para seguir na disputa e acabou anunciando sua saída da corrida presidencial. O PSDB, então, passou a apoiar Simone Tebet.
A convenção
Baleia Rossi abriu a convenção pouco depois das 10h e abriu a palavra para filiados ao partido, que participaram virtualmente.
Além de Tebet, falaram também os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, e do Cidadania, Roberto Freire.
Araújo, que integrou o governo Michel Temer como ministro das Cidades, lembrou o histórico de aliança entre os partidos e elogiou Tebet que, segundo ele, "tem clareza sobre o processo da democracia, da geração de empregos e do que é realmente importante nessa discussão".
Já Freire falou em sua "imensa satisfação" em ter como candidata à presidência da República "uma mulher que tem me surpreendido a todo momento".
O ex-presidente Michel Temer também participou da convenção de forma virtual e ressaltou o discurso de Tebet em direção à "pacificação nacional".
"Esse é um ponto fundamental. com toda a franqueza, se nossa candidata estiver de acordo, é pregar o que é óbvio no nosso país, que é a tranquilidade institucional, entre os setores sociais, e a constituição federal. sempre digo que a Constituição resolve tudo", disse Temer.
Trajetória política
Nascida em Três Lagoas (MS), Simone Tebet é filha do ex-governador, ex-senador sul-mato-grossense e ex-ministro da Integração Nacional Ramez Tebet. Mestre em direito do Estado, Tebet é professora universitária.
Confira a trajetória política da candidata à presidência pelo MDB:
Em 1997, filiou-se ao MDB, único partido ao qual foi filiada;
Confira a trajetória política da candidata à presidência pelo MDB:
Em 1997, filiou-se ao MDB, único partido ao qual foi filiada;
Em 2001, foi eleita deputada estadual pelo Mato Grosso do Sul com 25.251 votos;
Em 2004, se candidatou a prefeitura de Três Lagoas e foi a primeira mulher eleita para ocupar o cargo, com 29.244 votos (66,7%). Em 2008, foi reeleita com 36.228 votos (76,8%);
Em 2011, assumiu o cargo de vice-governadora do Mato Grosso do Sul, na chapa encabeçada por André Puccineli;
Em 2013, assumiu o cargo de Secretária de Governo no governo de André Puccineli;
Em 2014, candidatou-se ao Senado e foi eleita com 640.336 votos (52,6%), para o mandato até 2023;
Em 2016, compôs a comissão especial do Senado do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). Tebet votou a favor do afastamento da presidente sob o argumento de que ela havia cometido crime de responsabilidade;
Nas eleições de 2018 foi pré-candidata do MDB ao governo do Mato Grosso do Sul, mas desistiu por questões particulares;
Em 2019, Tebet foi a primeira mulher eleita para ocupar a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado;
Em 2021, foi eleita como líder da bancada feminina no Senado;
Também em 2021, integrou a comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Covid no Senado. O colegiado tinha como objetivo investigar ações e omissões do governo federal no combate à pandemia;
Ainda em 2021, a senadora se candidatou à presidência do Senado, contra outros quatro adversários. O vencedor foi Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
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