Mais quatro são incluídos em lista de investigados da CPI da Pandemia

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Mais quatro são incluídos em lista de investigados da CPI da Pandemia

Lista já conta com 36 pessoas

Crédito: Reprodução/TV Globo
O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou nesta quarta-feira (6) que incluiu quatro novas pessoas na lista de investigados da comissão. Entre eles, estão o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e o empresário bolsonarista Otávio Fakhoury.

O relator também decidiu passar à condição de investigado os empresários Danilo Trento, diretor institucional da Precisa Medicamentos, e Marcos Tolentino, empresário e dono de uma rede de televisão suspeito de ser "sócio oculto" do FIB Bank, instituição que concedeu uma carta-fiança no contrato da vacina indiana Covaxin.

Com a inclusão dos novos nomes, a CPI da Covid já conta, segundo o relator, com uma lista de 36 pessoas investigadas.
Renan prepara o relatório final da comissão e planeja apresentá-lo aos senadores já na próxima semana. A leitura do documento está prevista para o dia 19 de outubro, e a votação, no dia 20. Segundo o relator, a lista de pedidos de indiciamento pode atingir até 50 pessoas.

Segundo ele, ser incluído no rol de investigados "não é regra geral" para o indiciamento, mas seria, sim, um "indício".

"Estar na relação como investigado é um bom indício para que essas pessoas sejam responsabilizadas", disse o relator.

Suspeitas sobre os novos investigados

Veja quais são as suspeitas da CPI sobre os novos investigados:

Allan dos Santos

A CPI apurou que políticos, empresários e sites criaram uma rede de disseminação de fake news, conhecida como gabinete do ódio.

Para a CPI, a estrutura começou antes da Covid, mas ganhou força na distribuição de informações falsas sobre a pandemia.
A comissão afirma que um filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, do PSL, trabalhou para conseguir financiadores para o grupo.

A TV Globo teve acesso a documentos da CPI. Um deles, uma troca de mensagens entre Eduardo Bolsonaro e o blogueiro Allan dos Santos de janeiro de 2019.

Allan dos Santos é investigado em dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal que apuram disseminação de fake news, ameaças a autoridades e financiamentos de atos antidemocráticos.

Otávio Fakhoury

Nas redes sociais, Otavio Fakhoury usa a frase "Deus, Família e Pátria" para se definir. Empresário bolsonarista, ele também é vice-presidente do Instituto Força Brasil, presidente do diretório do PTB em São Paulo e já foi gestor do banco Lehman Brothers nos EUA.

Suspeito de financiar a divulgação de informações falsas sobre a pandemia, Fakhoury compareceu nesta quinta-feira (30) à CPI da Covid. Ele, entretanto, obteve no Supremo Tribunal Federal (STF) direito de ficar em silêncio para não se autoincriminar.

Fakhoury está na mira de senadores desde agosto, quando os parlamentares aprovaram a quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático dele.

Além disso, foi o Instituto Força Brasil que tentou intermediar a negociação de vacinas contra Covid entre a empresa Davatti e o Ministério da Saúde. O presidente da entidade, tenente-coronel Hélcio Bruno, já foi ouvido pela CPI.

Marcos Tolentino

A comissão quer saber por que a Precisa Medicamentos, empresa que intermediou a compra da Covaxin junto ao governo, contratou a garantia do FIB Bank, que nem banco é.

Em seu depoimento à CPI, Tolentino negou ser sócio oculto do FIB Bank.

Tolentino é amigo do líder do governo de Jair Bolsonaro, deputado Ricardo Barros (PP-PR), investigado pela comissão.

Entre as evidências apresentadas pela CPI, está uma procuração que garantiu a Tolentino "poderes amplos e especiais em caráter irrevogável e irretratável" para representar a empresa Pico do Juazeiro.

A Pico do Juazeiro é uma das duas sócias do FIB Bank – o capital da empresa, um terreno de R$ 300 milhões, foi integralizado à garantidora da Covaxin.

Ao ser questionado sobre a relação com a Pico do Juazeiro, Tolentino afirmou que ia usar o direito constitucional e permanecer em silêncio. O empresário também se calou quando questionado se recebia alguma remuneração pela procuração da empresa.

Danilo Trento

Segundo Renan Calheiros, a comissão tem um "emaranhado de engrenagem" que mostra a passagem de dinheiro entre empresas ligadas a Francisco Maximiano (dono da Precisa) e a Trento. Para a comissão, as movimentações indicam que pode haver lavagem de dinheiro nos negócios.

A Precisa intermediou junto ao Ministério da Saúde a compra da vacina indiana Covaxin – a aquisição foi suspensa após suspeitas de irregularidades no contrato. A empresa também firmou contrato com a pasta para a compra de preservativos femininos.

Na CPI, ao responder sobre sua relação com Maximiano, Trento afirmou que é seu "amigo pessoal".

Mas ele não quis responder se é remunerado pela empresa, se tem sociedade com Maximiano em alguma outra companhia ou se os dois juntos têm algum negócio. "Senhor senador, com o devido respeito, irei exercer o direito a mim assegurado de permanecer em silêncio", disse.

Com informações do G1
 

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