Festa de Santa Bárbara pode virar Patrimônio Cultural em Feira de Santana

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Festa de Santa Bárbara pode virar Patrimônio Cultural em Feira de Santana

O autor da proposta, o vereador Pedro Américo (Cidadania), destacou a importância de preservar a memória cultural e histórica de Feira de Santana 

Foto: Jorge Magalhães - Arquivo

Feira de Santana Notícias 24h -  A Festa de Santa Bárbara, tradicional evento celebrado anualmente no Centro de Abastecimento de Feira de Santana, pode se tornar Patrimônio Cultural Imaterial do município. O Projeto de Lei Ordinária, que visa garantir a proteção e preservação dessa celebração popular, foi votado em primeira discussão na sessão da Câmara Municipal, realizada na última quarta-feira (19).

O autor da proposta, o vereador Pedro Américo (Cidadania), destacou a importância de preservar a memória cultural e histórica de Feira de Santana. Ele explicou que o projeto vai além de um simples reconhecimento da festa religiosa, mas também busca resgatar a autoestima da comunidade e valorizar o Centro de Abastecimento, que é um dos maiores polos comerciais da cidade.

"Nós sabemos que esse evento é um evento tradicional, que ocorre no Centro de Abastecimento. Todos os anos. É um evento que mobiliza comerciantes, é um evento que mobiliza turistas, pessoas de fora que vem pra cá, pessoas ligadas tanto à fé, que têm a fé religiosa em Santa Bárbara, mas uma grande maioria vem pelos eventos, pelas atividades, pelo caruru que acontece e mostra que o centro de abastecimento ele tem vida. Então nós temos dois debates fundamentais. Um é preservar a memória e transformar em materiais essas culturas que nós temos na cidade. Em especial esse projeto trata da festa de Santa Bárbara. E segundo, é um evento que acontece no centro de abastecimento, que precisa ser resgatado, que precisa ter sua autoestima reorganizada. Então pensar no centro de abastecimento como um entreposto comercial, que comercializa, que vende, mas muito mais do que isso, que é onde concentra grande parte da nossa cultura", diz.

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O Camarista também ressaltou os desafios enfrentados pela tradicional manifestação cultural, como a falta de apoio do poder público, a indiferença de parte da sociedade e do empresariado, e até o preconceito de algumas religiões. No entanto, ele defende que, ao reconhecer a festa como Patrimônio Cultural, a cidade valoriza não apenas a celebração religiosa, mas todo o contexto cultural e social que envolve o evento e o entreposto.

"Quando que a gente cuida da cultura e que acontece dentro do Centro de Abastecimento, naturalmente outras coisas também passam a ser valorizadas. Esse é o objetivo do projeto, agradeço aos vereadores que votaram em primeira discussão e tenho certeza que esse é um bom caminho para a gente tratar a Feira de Santana fazendo política. Com seriedade, com respeito e buscando entender qual é o papel nosso, qual é o papel da câmara de vereadores. Então eu acho que eu fico muito feliz por isso e vamos avançar ainda mais", defende.

Foto: Amaury Jr./ FE

Fundamentalismo

Pedro Américo lamenta a falta de entendimento de alguns vereadores e citou o veto a outro projeto de valorização da comunidade quilombola feirense que foi mantido pela maioria dos vereadores.

"Nós lamentamos muito o que aconteceu na semana passada. Enfrentei, fui para a tribuna, tentei articular com os vereadores, pois eu entendo, senhoras e senhores, que a gente precisa ter a clareza de que o seu direito, ele encerra quando o direito do outro começa. Nós precisamos entender que a defesa da liberdade religiosa, da liberdade da escolha religiosa, ela é fundamental para uma sociedade, principalmente a brasileira, que é uma sociedade formada por diversas culturas".

O edil acredita que ao falar na tribuna, os representantes do povo não devem falar motivados por suas crenças pessoais.

"E uma casa da cidadania, uma câmara de vereadores, ela não deve ser tratada para você fazer, você construir o desprezo ou a opressão contra outro tipo de religião, contra outro tipo de tradição, contra outro tipo de povos. Então, o projeto passado tinha um viés mais forte do ponto de vista. Das religiões de matriz africana, mas o que se pedia não era para se promover a religião, era fazer a valorização histórica. Em Feira de Santana há memórias, tradições históricas que precisam ser preservadas. Não podemos transformar a tribuna da Câmara de Vereadores em um palco. No momento em que a sua postura impõe que outras culturas devem ser apagadas, dizimadas, então é isso aí, entra em um viés que a gente não pode tolerar, que a gente não pode aceitar".


Com informações do repórter Amaury Jr.

 

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Quarta, 02 Abril 2025

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