Lula comenta não ter podido evitar privatização da Landulpho Alves
Ex-presidente criticou preços dos combustíveis
Um dia após a aprovação do projeto no Senado com vistas de atenuar a crise dos combustíveis , nesta sexta-feira (1), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a política de preços da Petrobras e lamentou a venda de refinaria na Bahia.
"Eu, sinceramente, não me perdoo por não ter tido forças pra evitar a privatização da Refinaria Landulpho Alves", declarou o petista em entrevista à Rádio Metrópole, afirmando ainda que, se eleito mais uma vez presidente, vai tentar discutir a recuperação da petrolífera.
"Como é que pode deixar privatizar? Inclusive os poços que tinha no Recôncavo baiano foram todos vendidos. Ou seja, é um absurdo o desmonte que eles fizeram na Petrobras pra entregar um litro da gasolina por R$ 8, o litro de diesel por R$ 7 e o botijão de gás, que deveria estar na cesta básica da sociedade, estar por R$ 150, R$ 130, R$ 115, dependendo do estado", disse Lula.
Ao criticar a administração da empresa no governo Bolsonaro, o ex-presidente enalteceu os feitos nos seus mandatos anteriores e propôs mudanças em uma eventual nova gestão. "É importante lembrar que quando eu fui presidente o gás não aumentou. É importante lembrar que quando eu era presidente, com a crise do Lehman Brothers o preço do preço do petróleo chegou a 147 dólares o barril e o preço da gasolina no Brasil e na Bahia você enchia o seu tanque por R$ 2,60", lembrou o petista.
"Não tem explicação também a paridade de preços internacionais. Isso teria sentido se o Brasil fosse um importador de petróleo, mas o Brasil não é importador, o Brasil é autossuficiente. O projeto que nós tínhamos para o Brasil era de que o país fosse exportador de derivados de petróleo pra gente ganhar mais dinheiro, investir mais na educação, na saúde, pra poder fazer com que as coisas funcionassem nesse país", argumentou, criticando o lucro dos acionistas em contraste com a alta dos combustíveis para o consumidor.
"Agora a Petrobras está ganhando muito dinheiro pra dividir todo ano com os acionistas, sobretudo de Nova York. Então, isso nós vamos discutir com muito carinho, inclusive discutir com o Congresso Nacional", prometeu.
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