Bolsonaro diz assumir responsabilidade por inflação após demitir ministro
Declaração foi dada um dia depois da demissão de Bento Albuquerque
Pressionado pelo custo eleitoral da inflação, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição, afirmou na quinta-feira (12), que assume a "responsabilidade" pela alta dos preços no País. A declaração foi dada um dia depois da demissão do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
"O Brasil está tendo inflação, aumento de combustíveis, sei disso e assumo a minha responsabilidade", afirmou o presidente, sem citar qual seria seu grau de responsabilidade pela crise econômica, em visita à 10ª Feibanana, em Pariquera-Açú, no Vale do Ribeira, em São Paulo.
No discurso, Bolsonaro voltou a culpar governadores e prefeitos pelo que chama de "abre e fecha" do comércio e serviços na pandemia. Segundo ele, a consequência disso foi uma inflação generalizada no mundo todo. "O Brasil é um dos que menos estão sofrendo com a questão da inflação", afirmou.
Bolsonaro tem buscado minimizar os efeitos da inflação e colocado a culpa na Petrobras, que reajusta os preços conforme a cotação internacional do petróleo. O presidente já classificou o lucro da estatal como um "estupro".
Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 1,06% e, no acumulado de 12 meses, fechou em 12,13%. A saída de Bento Albuquerque se deu no mesmo dia da divulgação do índice de preços.
Como mostrou o Estadão, os indicadores frearam a recuperação de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto. Pesquisa da Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (11), mostrou que a economia aflige 50% dos eleitores - 14% disseram outros problemas e 13% citaram a pandemia.
Ao lado do presidente, estavam o ex-ministro da Infraestrutura e pré-candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a deputada Carla Zambelli (PSL) e outros aliados.
Em tom de campanha, mencionou que ele e Tarcísio fato de os dois terem frequentado a Academia Militar das Agulhas Negras e citou ações de expansão do plano ferroviário nacional em sua gestão. Em um aceno ao mercado e às cobranças por privatizações, o presidente ainda afirmou que "quem cria emprego não é o governo federal, e sim a iniciativa privada", mas que o setor público colabora com os que empregam no País. "Primeiramente, não atrapalhando quem quer produzir."
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