Bloqueio em rodovias após eleições expõe fissuras de um Brasil dividido
Apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro resolveram protestar contra o resultado
Desde a última segunda-feira (31), o Brasil tem presenciado crescentes paralisações e manifestações em vias expressivas, que de acordo com a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) já afeta cerca de 70% das lojas no Distrito Federal e em 7 Estados (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo), os bloqueios começaram a se reduzir por força da Justiça e ação de governadores na terça-feira (1º), mas, até hoje (2), atos ainda mantinham resistência no País. Eleitores que votaram ou não em Bolsonaro, passaram a ter dificuldades de comprar alimentos em supermercados e insumos faltaram para a produção de vacinas.
O motivo? Apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi derrotado nas eleições de domingo (30), resolveram protestar contra o resultado e impedem o direito de ir e vir dos cidadãos - um dos princípios democráticos - além do mais, vale ressaltar que, todo tipo de manifestações caracterizadas por ódio, desprezo ou intolerância contra determinados grupos ferem as garantias e direitos fundamentais assegurados na Constituição. Assim como quando falamos em liberdade de pensamento em redes sociais, as informações promovidas e o teor dessa manifestação tornam-se essenciais para delimitar se as condutas abrangidas podem ser consideradas como crimes.
As convocações realizadas por escrito ou em vídeos nas redes sociais e grupos de WhatsApp e Telegram, dizem que o Brasil não pode ser "entregue ao comunismo" e pedem uma mobilização dos caminhoneiros, "amigos do agronegócio" e até da população para parar as estradas.
Um dos vídeos compartilhados no Telegram mostra o empresário Emílio Dalçoquio, de Santa Catarina, fazendo um discurso dentro de um bar em Praia Brava, no município de Itajaí (SC). Apoiador de Bolsonaro, Dalçoquio é conhecido no setor de transporte e participou da greve dos caminhoneiros em 2018. "Não é eu, são vocês, o brasileiro. Pela primeira vez, o brasileiro está expondo: eu não aceito o comunismo. Vamos aguardar as próximas horas, e já vê quem tem caminhoneiro amigo do agronegócio. Por enquanto, pacificamente. Agora vai ficar no coração de cada um aceitar o Brasil ser comunista ou não. Eu não aceito."
Contudo, esse não é todo o Brasil, essa não é uma manifestação ou sequer, linha de pensamento que engloba todos os brasileiros. Existe uma parte da população que não se trata só da que votou ou apoiou o presidente eleito, mas também a que entende que as eleições ocorreram como dita a democracia. Essa parte da população assiste as paralisações descrente, tendo em vista, que comprovadamente, não existe sequer um indício de fraude nas urnas eletrônicas.
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já se reuniu com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, definiu Geraldo Alckmin como responsável pela transição e já estuda o orçamento, que de acordo com o Senador Marcelo Castro (MDB-PI), está "no osso". Marcelo é o relator do Orçamento de 2023, e avisa que a equipe de Lula terá grandes desafios.
Temos nesta primeira semana pós eleições, a visão de uma parte da população brasileira que olha para o próximo ano, com seus desafios econômicos, sociais e ambientais, e agora, além de tudo, no campo político, Lula herdará um país rachado, que colocará à prova a capacidade de negociação do petista.
Outra parte desta mesma população, está aflita. Postando "luto" em suas redes sociais, com pessoas públicas incentivando a barbárie, como fez a deputada Carla Zambelli (PL-SP), ao twittar "Parabéns, caminhoneiros. Permaneçam, não esmoreçam".
Embora pareça que duas populações ainda se enfrentam, as eleições acabaram no último dia 30. O palanque foi desmontado, e o sinal disso já foi dado por Luiz Inácio Lula da Silva, em seu primeiro discurso à nação brasileira: "A partir de 1º de janeiro de 2023 vou governar para 215 milhões de brasileiros, e não apenas para aqueles que votaram em mim. Não existem dois Brasis. Somos um único país, um único povo, uma grande nação. Não interessa a ninguém viver numa família onde reina a discórdia. É hora de reunir de novo as famílias, refazer os laços de amizade rompidos pela propagação criminosa do ódio."
O motivo? Apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi derrotado nas eleições de domingo (30), resolveram protestar contra o resultado e impedem o direito de ir e vir dos cidadãos - um dos princípios democráticos - além do mais, vale ressaltar que, todo tipo de manifestações caracterizadas por ódio, desprezo ou intolerância contra determinados grupos ferem as garantias e direitos fundamentais assegurados na Constituição. Assim como quando falamos em liberdade de pensamento em redes sociais, as informações promovidas e o teor dessa manifestação tornam-se essenciais para delimitar se as condutas abrangidas podem ser consideradas como crimes.
As convocações realizadas por escrito ou em vídeos nas redes sociais e grupos de WhatsApp e Telegram, dizem que o Brasil não pode ser "entregue ao comunismo" e pedem uma mobilização dos caminhoneiros, "amigos do agronegócio" e até da população para parar as estradas.
Um dos vídeos compartilhados no Telegram mostra o empresário Emílio Dalçoquio, de Santa Catarina, fazendo um discurso dentro de um bar em Praia Brava, no município de Itajaí (SC). Apoiador de Bolsonaro, Dalçoquio é conhecido no setor de transporte e participou da greve dos caminhoneiros em 2018. "Não é eu, são vocês, o brasileiro. Pela primeira vez, o brasileiro está expondo: eu não aceito o comunismo. Vamos aguardar as próximas horas, e já vê quem tem caminhoneiro amigo do agronegócio. Por enquanto, pacificamente. Agora vai ficar no coração de cada um aceitar o Brasil ser comunista ou não. Eu não aceito."
Contudo, esse não é todo o Brasil, essa não é uma manifestação ou sequer, linha de pensamento que engloba todos os brasileiros. Existe uma parte da população que não se trata só da que votou ou apoiou o presidente eleito, mas também a que entende que as eleições ocorreram como dita a democracia. Essa parte da população assiste as paralisações descrente, tendo em vista, que comprovadamente, não existe sequer um indício de fraude nas urnas eletrônicas.
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já se reuniu com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, definiu Geraldo Alckmin como responsável pela transição e já estuda o orçamento, que de acordo com o Senador Marcelo Castro (MDB-PI), está "no osso". Marcelo é o relator do Orçamento de 2023, e avisa que a equipe de Lula terá grandes desafios.
Temos nesta primeira semana pós eleições, a visão de uma parte da população brasileira que olha para o próximo ano, com seus desafios econômicos, sociais e ambientais, e agora, além de tudo, no campo político, Lula herdará um país rachado, que colocará à prova a capacidade de negociação do petista.
Outra parte desta mesma população, está aflita. Postando "luto" em suas redes sociais, com pessoas públicas incentivando a barbárie, como fez a deputada Carla Zambelli (PL-SP), ao twittar "Parabéns, caminhoneiros. Permaneçam, não esmoreçam".
Embora pareça que duas populações ainda se enfrentam, as eleições acabaram no último dia 30. O palanque foi desmontado, e o sinal disso já foi dado por Luiz Inácio Lula da Silva, em seu primeiro discurso à nação brasileira: "A partir de 1º de janeiro de 2023 vou governar para 215 milhões de brasileiros, e não apenas para aqueles que votaram em mim. Não existem dois Brasis. Somos um único país, um único povo, uma grande nação. Não interessa a ninguém viver numa família onde reina a discórdia. É hora de reunir de novo as famílias, refazer os laços de amizade rompidos pela propagação criminosa do ódio."
Vivemos num regime democrático. "A pior democracia é preferível à melhor das ditaduras." – Rui Barbosa (1849 – 1923), político e jurista brasileiro.
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