'Ataques de 8 de janeiro são consequência de discurso de ódio nas redes', diz AGU

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'Ataques de 8 de janeiro são consequência de discurso de ódio nas redes', diz AGU

O advogado-geral afirmou que a pasta não ficará 'omissa' frente aos ataques

Crédito: Divulgação/AGU

O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou nesta terça-feira (7) que os atos golpistas de 8 de janeiro foram "consequência direta" da difusão de discursos de ódio e mentiras nas plataformas de redes sociais.

Em discurso durante evento de 30 anos da instituição, o advogado-geral afirmou que a pasta não ficará "omissa" frente aos ataques.

"Estou seguro de que os ataques realizados no dia 8 de janeiro são consequência direta dos discursos de ódio e das mentiras deliberadas divulgadas por diferentes canais de comunicação, em especial pelas redes sociais", afirmou Messias.

A fala foi acompanhada pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que tem defendido nas últimas semanas a necessidade de uma regulamentação das plataformas de redes sociais de forma a coibir a difusão de discursos golpistas.

Na semana passada, em audiência com representantes das redes, Moraes afirmou que as plataformas foram "instrumentalizadas" durante os ataques às sedes dos três Poderes e cobrou participação das empresas na discussão sobre eventual regulamentação.

Messias também defendeu a criação da Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia. Anunciada em sua posse, em janeiro, o projeto ainda não saiu do papel e enfrentou críticas sobre limites de sua atuação, especialmente no combate à desinformação nas redes.

O AGU justificou a necessidade do órgão após os ataques golpistas, e que neste momento, a pasta ainda debate como a Procuradoria vai atuar.

"A barbárie protagonizada nessa fatídica data, com a destruição dos prédios-sede dos Poderes da República e de objetos de valor histórico inestimável, mostrou o quanto é necessário que o Estado possua uma estrutura que dê respostas e cobre responsabilidades pelas violações de bens jurídicos de alto valor social", afirmou.

"Apesar dos atos bárbaros, nossa democracia restou inabalada", completou.

MORAES EXALTA DEMOCRACIA NO BRASIL 'APESAR DE TURBULÊNCIAS E PROBLEMAS'

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), exaltou o período de estabilidade democrática no Brasil, mesmo com as "turbulências e problemas" vividos no país nos últimos anos.

"Eu falando isso até parece estranho. São 35 anos que, mesmo com todas as turbulências e problemas vividos no Brasil, o Estado Democrático de Direito venceu", afirmou Moraes. "O Estado Democrático de Direito prevaleceu. A democracia saiu vitoriosa nestes quase 35 anos de Constituição Federal."

Moraes também elogiou a AGU, afirmando se tratar de um órgão que defende a União, e não "pessoas transitórias" em cargos do governo. No passado, a pasta defendeu o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados em investigações no Supremo.

"O país só evolui quando suas instituições são fortes. O país só sobrevive às crises quando suas instituições são maiores que as pessoas que ocupam seus cargos", falou Moraes. 

 

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