Após prisão de Ribeiro, Flávio Bolsonaro dá nova versão para demissão de ministro
O senador divulgou uma nova versão para a saída de Ribeiro do governo em março
Em uma tentativa de minimizar o impacto da prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, investigado por corrupção pela Polícia Federal, o Flávio Bolsonaro (PL-RJ) veio a público para tentar mostrar que seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, não tem ligação com o caso.
O senador divulgou uma nova versão para a saída de Ribeiro do governo em março, ocorrida após o Estadão revelar a existência de um gabinete paralelo no Ministério da Educação operado por dois pastores com cobrança de propina a prefeitos interessados em recursos da área. Aliados de Bolsonaro sabem do impacto de ter um ex-ministro preso justamente por suspeita na campanha à reeleição.
Segundo Flávio, Ribeiro foi afastado do cargo por Bolsonaro em março. A versão, no entanto, não combina com o que foi divulgado na época pelo próprio governo. Milton Ribeiro deixou o cargo "a pedido", como registra o Diário Oficial. No mesmo dia, em 28 de março, a primeira-dama Michelle Bolsonaro afiançou a honestidade do ministro. O presidente já havia dito que colocava "a cara no fogo" por Ribeiro.
"Enquanto Bolsonaro afasta o ministro, a PF faz investigação isenta, governos passados como o de Dilma tentava promover o Lula ministro para que não fosse preso por corrupção", declarou Flávio Bolsonaro num vídeo divulgado por sua assessoria.
Na época da demissão chegou a ser divulgada uma da carta de demissão de Ribeiro em que ele prometia voltar ao cargo quando tudo ficasse esclarecido. "Não me despedirei, direi um até breve, pois depois de demonstrada minha inocência estarei de volta", escreveu Ribeiro na primeira versão do texto enviado a Bolsonaro. Na versão final da carta, a frase foi alterada: "Agradeço e despeço-me de todos que me apoiaram nesta empreitada".
A principal preocupação dos aliados do presidente é sustentar que o presidente não compactua com corrupção, pauta que ele costuma repetir em seus discursos como sendo a grande entre sua gestão e a dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Seguindo mesmo roteiro de argumentos que vem sendo difundido desde quarta-feira, 22, por líderes evangélicos, Flávio Bolsonaro rechaça qualquer comparação entre o governo atual e as gestões petistas por conta do tema corrupção. O presidente da República insiste em dizer que no seu governo não há corrupção, ao contrário do que ocorria nas administrações petistas.
"Enquanto o presidente Bolsonaro trabalha dia e noite para reduzir preço do combustível, o preço da comida, a oposição tenta usar isso eleitoralmente e colocar o presidente na mesma prateleira do Lula, o que é impossível porque o Lula é o maior ladrão da história do país", disse o senador.
Apesar da tensão que o assunto provocou entre os aliados, Flávio sustenta que o governo não tem preocupação com o caso. "O governo está muito tranquilo. Esperamos que as investigações aconteçam de forma isenta e que o ex-ministro possa prestar os esclarecimentos", disse Flávio Bolsonaro.
Com informações do Estadão Broadcast.
Comentários:
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.