Rendimento do baiano em 2021 teve a maior queda do país, segundo IBGE
Cifra chegou ao valor mais baixo em 9 anos: R$ 1.454
Em 2021, o rendimento médio mensal real de todas as fontes da população com algum rendimento na Bahia ficou em R$ 1.454. Frente a 2020, quando havia sido de R$ 1.719, houve uma queda de 15,4%, a maior do país e também a mais intensa para o estado desde o início da série histórica da PNAD Contínua, do IBGE, em 2012, segundo resultados do módulo Rendimentos de Todas as Fontes, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) 2021.As informações foram divulgadas na sexta-feira (10) pelo IBGE.
A retração fez o valor do rendimento médio total baiano (R$ 1.454) chegar ao menor patamar nos nove anos considerados e levou o estado a cair três posições no ranking nacional para esse indicador, da 7a menor renda total em 2020 para a 4a menor em 2021 - acima apenas de Maranhão (R$ 1.270), Alagoas (R$ 1.396) e Piauí (R$ 1.409).
O rendimento médio mensal real de todas as fontes engloba o salário (rendimento de trabalho) e outras fontes de renda, como aposentadorias, aluguéis, aplicações financeiras, pensões, doações e programas sociais ou auxílios diversos pagos pelo governo. Ele é "real" pois sua série de valores é "inflacionada", ou seja, considera os efeitos da inflação.
No Brasil como um todo, o valor do rendimento médio real de todas as fontes ficou em R$ 2.265 em 2021, 5,1% menor do que em 2020. Houve quedas em quase todas as unidades da Federação, exceto Roraima (+3,2%) e Rio de Janeiro (+0,2%). No ano passado, as maiores rendas totais estavam no Distrito Federal (R$ 4.167), em São Paulo (R$ 2.904) e no Rio de Janeiro (R$ 2.884).
A redução recorde na renda total da população baiana entre 2020 e 2021 foi resultado de uma combinação de fatores. Por um lado, houve quedas tanto dos rendimentos médios de trabalho quanto dos rendimentos de outras fontes, neste caso puxados pelo recuo nos valores dos programas sociais e dos diversos auxílios emergenciais pagos pelos governos. Por outro lado, houve também impacto da inflação em alta.
Em 2021, o rendimento médio real mensal habitualmente recebido por todos os trabalhos na Bahia ficou em R$ 1.581, também mostrando uma queda recorde frente ao ano anterior (-20,4%) e chegando a seu menor valor no estado, nos nove anos de série histórica (desde 2012). O recuo baiano foi o mais intenso entre todos os estados e bem mais profundo do que o verificado no Brasil como um todo.
Nacionalmente, o rendimento médio do trabalho foi de R$ 2.476 em 2021, 6,1% menor do que no ano anterior. No ano passado, o "salário médio" na Bahia foi o 3o mais baixo do país, acima apenas de Piauí (R$ 1.483) e Maranhão (R$ 1.494). O estado caiu cinco posições nesse ranking, já que, em 2020, ficava com o 8o menor.
Em 2021, Distrito Federal (R$ 4.188), São Paulo (R$ 3.119) e Rio de Janeiro (R$ 3.014) tinham os maiores rendimentos de trabalho. Frente a 2020, o rendimento médio de trabalho caiu em 24 das 27 unidades da Federação, aumentando apenas no Rio Grande do Norte (+3,1%), em Roraima (+1,1%) e no Tocantins (+0,2%).
Além da queda no salário médio, entre 2020 e 2021, a renda total baiana também foi impactada negativamente pelas mudanças nos critérios e valores dos diversos auxílios emergenciais pagos pelos governos.
Isso fez com que os chamados "outros rendimentos", onde se incluem programas sociais e auxílios, também tivessem uma queda recorde no estado, de R$ 668 em 2020 para R$ 501 no ano passado (-25,0%).
Apesar de importante, a diminuição na Bahia ainda foi menor do que a verificada no país como um todo, onde os outros rendimentos recuaram 30,1%, indo a R$ 512 em 2021. Houve retrações em quase todos os estados, exceto no Distrito Federal (+9,7%), e a Bahia teve apenas a 21a maior queda dentre as unidades da Federação.
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