Mulheres baianas trabalham 16,3% a mais em afazeres domésticos que homens
91,3% das mulheres de 14 anos ou mais de idade realizam essas formas de trabalho
Após os dois anos mais agudos da pandemia de COVID-19 (2020 e 2021), em 2022, as desigualdades entre mulheres e homens na realização de afazeres domésticos e/ou cuidados com pessoas voltaram a crescer na Bahia, tanto no que diz respeito à proporção das pessoas que executavam esse tipo de trabalho não remunerado quanto ao tempo semanal dedicado a essas atividades.
Historicamente, no Brasil e em todos os estados, a proporção de mulheres que realizam afazeres domésticos e/ou cuidados de pessoas é maior do que a de homens.
No ano passado, na Bahia, 91,3% das mulheres de 14 anos ou mais de idade realizavam essas formas de trabalho, enquanto entre os homens a proporção era de 75,0%, o que significava uma taxa 16,3 pontos percentuais maior para elas.
No país como um todo, a diferença era menor: 92,1% das mulheres realizavam afazeres e/ou cuidados, frente a 80,8% dos homens (+11,3 pp para elas).
Frente a 2019, a taxa de realização de afazeres ou cuidados caiu para todas as pessoas, mulheres e homens, mas, na Bahia, o recuo masculino foi um pouco mais intenso do que o feminino, por isso a diferença por sexo cresceu. Antes da pandemia, no estado, 76,6% dos homens e 92,7% das mulheres realizavam afazeres domésticos e/ou cuidados de pessoas (16,1 pp a mais para elas).
Foi o segundo crescimento consecutivo da desigualdade por sexo na proporção de quem realizava afazeres domésticos e/ou cuidados de pessoas, na Bahia. Ela já havia subido de 2018 para 2019, após ter recuado por dois anos, entre 2016 e 2018.
Ainda que o aumento não tenha sido grande, ele foi na contramão do que ocorreu em nível nacional. No Brasil como um todo, a taxa de realização de afazeres e/ou cuidados de pessoas das mulheres recuou mais do que a dos homens, e a diferença por sexo nesse indicador diminuiu um pouco. Também foi suficiente para fazer a Bahia subir duas posições no ranking dessa desigualdade, de 8ª maior diferença por sexo antes da pandemia para 6ª maior depois da pandemia.
Entre os dez estados com maiores diferenças por sexo na taxa de realização de afazeres e/ou cuidados, oito são do Nordeste. Apenas o Rio Grande do Norte fica de fora desse top-10, em 12º lugar.
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