MP-BA analisa denúncia de ódio religioso em vídeo publicado na internet
Vídeo foi publicado por um grupo evangélico, na rede social Tik Tok
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) analisa uma denúncia de ódio religioso feita pela Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro Ameríndia (AFA), nesta sexta-feira (13).
O grupo pede a retirada de um vídeo das redes sociais, que cita divindades do candomblé e umbanda como Exú, Oxumaré e Orixá, em meio a imagens que mostram a violência nas periferias, além de pessoas em confrontos armados.
O vídeo foi publicado por um grupo evangélico, na rede social Tik Tok. A música é cantada por um homem identificado como "Pastor Irmão Júlio".
De acordo com a AFA, o clipe passa a mensagem de que as religiões de matriz africana são responsáveis pela violência generalizada e mortandade nas periferias das cidades. Além disto, macula a imagem da Segurança Pública, quando simulam "batidas" policiais nos bairros periféricos da forma que apresentam no vídeo.
Confira alguns dos trechos da música cantada por Pastor Irmão Júlio:
- "Eu profetizo que a Bahia é de Jesus. Não tem Maria Padilha e nem Exu nenhum, meu Jesus manda lá na ilha e também no Costa Azul. Não tem Sete Facadas e nem Orixás, Deus manda na Timbalada e também no Ogunjá";
- "Não tem Iemanjá, Deus manda em Bom Juá e na Saramandaia. Não tem Exumaré e nem Exum Caveira, Deus manda em São Tomé e também na Engomadeira";
- "Para trás da cruz, eu profetizo que a Bahia é de Jesus."
O grupo pediu para que o vídeo deixe de ser veiculado na rede social.
"Nós vemos como uma temeridade esse clipe, que incentiva, de maneira irresponsável, um ódio contra as pessoas que são de religiões de matriz africana. Queremos que essas pessoas sejam responsabilizadas e que o Ministério Público tome as providências cabíveis para que esse conteúdo seja retirado do ar", disse Leonel Monteiro, que além de ser o representante da AFA também é ogã de Ossaim, na casa Oxumarê.
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