Bahia: Iphan inicia obras em um dos terreiros de tradição Angola mais antigos do Brasil
Terreiro Tumba Junsara fica em Salvador. Investimento ultrapassa os R$ 600 mil
Na última sexta-feira (1), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) assinou a ordem de serviço das obras de reconstrução do Terreiro Tumba Junsara, em Salvador. Serão mais de R$ 600 mil investidos no projeto, cujas obras já foram iniciadas e devem ser concluídas em julho de 2024.
As obras incluem a reconstrução da Casa de Nengua, residência da autoridade máxima do terreiro e local de realização de celebrações e festejos, assim como a construção de novos espaços de apoio, com cozinha externa, sanitários e adaptações para acessibilidade.
Assinatura de Ordem de Serviço de Reforma do Terreiro Tumba Junsara
A cerimônia de assinatura da ordem de serviço contou com a participação do superintendente do Iphan na Bahia, Hermano Queiroz, representantes do Terreiro Tumba Junsara e de outros terreiros tombados pelo Iphan na Bahia, assim como de autoridades do Patrimônio Cultural estadual e municipal.
"Conseguir atender uma demanda emergencial de um terreiro tão importante para a cultura brasileira é um momento especial. Lutamos pelo recurso e estamos garantindo agora que o povo do terreiro tenha dignidade para exercer sua fé", destacou o superintendente do Iphan-BA, Hermano Queiroz.
Para Esmeraldo Emetério, representante do Terreiro Tumba Junsara, o tombamento do terreiro foi realizado por meio do diálogo. "Poder contar com o apoio de todos os terreiros nas lutas comuns é de extrema importância. Fico feliz de vez a reconstrução de um local sagrado para nós e protagonista da cultura brasileira na Bahia", ressaltou Esmeraldo.
O bem
O Terreiro Tumba Junsara está entre os mais antigos de tradição Angola no Brasil. Fundado em 1919 pelos irmãos Manoel Rodrigues e Ciriaco, o terreiro de candomblé faz da milonga (mistura) um caminho para manter suas referências culturais. Uma característica da Nação Angola é a presença de um culto específico em reverência aos ancestrais indígenas. O terreiro foi tombado pelo Iphan como Patrimônio Cultural brasileiro em 2018.
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