Bahia é pioneira em Indicação Geográfica de vinhos tropicais
A Europa reconhece a região como referência no Brasil
Em um marco histórico para a vitivinicultura baiana e brasileira, a região do Vale do São Francisco acaba de receber o reconhecimento de ter a primeira indicação de procedência de vinhos tropicais no Brasil. Com este selo, a Europa, referência na produção de vinhos no mundo, reconhece a região como referência no Brasil no tocante à produção de vinhos. Antes disso, o Vale do São Francisco tinha apenas reconhecimento pelo manejo e produção de uvas de mesa e frutas tropicais. O registro conquistado – Indicação de Procedência Vale do São Francisco – abre mercados internacionais para o vinho baiano.
Todo o processo que levou à obtenção do selo foi executado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com resultado anunciado no último dia 1 de novembro. O novo status da região foi publicitado por meio de publicação na Revista de Propriedade Industrial (RPI) nº 2704 e o levantamento para se conseguir o selo é baseado em requisitos equivalentes aos da União Europeia. A demanda para o estudo partiu do Instituto do Vinho do Vale do São Francisco (Vinhovasf), instituição privada, sem fins lucrativos, que congrega os produtores, viticultores, além de vinícolas da região produtora de vinhos.A nova indicação protege vinhos originais do Vale do São Francisco, indicada como região geografia peculiar no contexto mundial, levando em consideração a diversidade de tipos de uvas que podem ser cultivadas. No Vale do São Francisco pode-se encontrar variedades adaptadas a diferentes condições de clima, solo e biomas. O registro conseguido contribui com o fortalecimento da relação entre as vinícolas da região, especialmente pela busca comum de melhoria constante na qualidade e expressão da tipicidade nos vinhos elaborados.
Para o Secretário da Agricultura do Estado da Bahia, Leonardo Bandeira, o selo, além de agregar valor aos vinhos produzido no Vale do São Francisco, mostra-se como exemplo da eficiência do trabalho realizado no campo, na Bahia, estado que, frisa o secretário, entrega produtos de qualidade para os mercados interno e externo. "A nossa região do Vale do São Francisco é capaz de produzir uma média de 1,5 milhão de litros de vinho por ano. Mas nessa parte da Bahia também merece destaque a produção de espumantes, que está em aproximadamente três milhões de litros por ano", dimensionou Bandeira.
Essa conquista é fruto do esforço de diversas instituições e dos produtores da região. Organizações de pesquisa e ensino (Embrapa, Univasf, Uneb), entidades públicas e privadas (Valexport, Senar), seguiram em busca de entregar para os mercados interno e externo o melhor que a região pode produzir, em termos de produtos derivados da produção de uvas. "Os vinhos do Vale são únicos e, num futuro breve, a partir de 2023, o consumidor poderá degustar os primeiros com a Indicação de Procedência, um selo que faz com que os produtos da região entrem no seleto grupo de vinhos oficialmente aceitos pelos países mais exigentes nesse quesito", ressaltou o secretário de Estado.
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