Elon Musk, aos 52 anos, viu seu patrimônio encolher em US$ 64,8 bilhões (R$ 334 bilhões) desde o início deste ano, refletindo o desempenho decepcionante da Tesla. Atualmente, de acordo com o índice de bilionários da Bloomberg, Musk detém US$ 164 bilhões (R$ 854 bilhões), uma queda significativa em relação aos US$ 229 bilhões (R$ 1,2 trilhão) de janeiro.

O empresário tem empreendimentos nos setores de carros elétricos, energia solar, exploração espacial, implantes cerebrais e redes sociais, abrangendo áreas em alta demanda no mercado atual. Mark Zuckerberg (Meta) e Jeff Bezos (Amazon) agora superam Musk, impulsionados pelo crescimento da inteligência artificial. Zuckerberg e Bezos possuem fortunas de US$ 171 bilhões (R$ 883 bilhões) e US$ 199 bilhões (R$ 1 trilhão), respectivamente.

Musk é o CEO da Tesla, a montadora de carros mais valiosa do mundo, detendo aproximadamente 13% das ações da empresa, conforme documentos da SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA. Entretanto, as ações da Tesla caíram 49% desde o pico de US$ 281 (R$ 1.451) registrado em julho do ano passado, perdendo terreno para a concorrência chinesa no mercado de carros elétricos. A receita da empresa diminuiu 9% no primeiro trimestre devido à queda nas vendas, segundo o balanço divulgado nesta terça-feira (23).

A concorrência com empresas asiáticas tem pressionado os preços dos veículos, levando Musk a anunciar descontos sucessivos, o último deles na segunda-feira (22), com descontos superiores a R$ 10 mil por veículo. Embora a Tesla não opere no Brasil, é possível importar os veículos elétricos da empresa. O utilitário esportivo Model X, por exemplo, custa mais de R$ 1 milhão.

Musk ainda possui 304 milhões de opções de ações da Tesla relacionadas a um pacote de compensação de 2018, que foi anulado neste ano por um juiz de Delaware. A Bloomberg ainda considera esses valores em seus cálculos de riqueza enquanto aguarda novidades sobre a decisão judicial e possíveis recursos.

A única empresa de Musk em operação no Brasil é a SpaceX, que oferece o serviço de internet via satélite Starlink desde fevereiro de 2022. Com a chegada da empresa, o número de usuários do Starlink aumentou para 398,1 mil, embora ainda seja inferior aos 36 milhões de usuários via fibra.

A Starlink funciona por meio de uma constelação de satélites de baixa órbita e pode ser acessada mesmo em áreas sem infraestrutura de telefonia, por preços a partir de R$ 184 mensais mais um investimento de R$ 1.000 na antena. A empresa ainda não é lucrativa, segundo a Bloomberg, tendo registrado prejuízos substanciais na venda de terminais terrestres.

A Starlink é apenas uma das empresas de Musk, que também tem contratos com a NASA e está avaliada em US$ 180 bilhões (R$ 937 bilhões), conforme uma oferta de compra de dezembro de 2023. Musk detém cerca de 42% da empresa de capital fechado, segundo registros de dezembro de 2022 na Federal Communications Commission.

A Bloomberg estima que Musk seja proprietário de 79% da X Corp, depois de adquiri-la por US$ 44 bilhões (R$ 229 bilhões) em 2022. No entanto, o valor da empresa, anteriormente conhecida como Twitter, sofreu uma queda de 73% segundo o investidor Fidelity Blue Chip Growth Fund, em abril de 2024.

Musk também possui 69% da startup de biotecnologia Neuralink, que foi avaliada em US$ 3,5 bilhões (R$ 18,2 bilhões) em novembro de 2023. A Bloomberg considera no cálculo que parte das ações da Tesla de Musk foi comprometida por empréstimos.