Após comandar o país por três mandatos consecutivos, de 2006 a 2019, o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou que disputará as eleições presidenciais mais uma vez, em 2025, pelo partido Movimento para o Socialismo-Instrumento Político pela Soberania dos Povos (MAS-IPSP).

O anúncio se deu neste domingo (24), por meio das redes sociais, marcando também o rompimento com o atual mandatário, Luis Arce, que foi seu ex-ministro da Economia.

"Muito agradecidos e fortalecidos pelo incentivo sincero, militante e comprometido de tantas irmãs e irmãos que confirmam seu apoio a nossa candidatura para encarar uma campanha contra a mentira e a sabotagem que pretende tornar ilegal o MAS-IPSP", escreveu Morales, acusando o atual governo e a extrema direita separatista de se unirem contra "candidatura promovida pelo povo".

"Se a economia está bem, por que estão preocupados com a postulação de um candidato? O único desespero é dos responsáveis pela 'direitização' do governo e do 'modelo econômico social comunitário produtivo' com as fórmulas ortodoxas de disciplina fiscal e endividamento do FMI", acrescentou o líder de esquerda, informando que irá escutar e recolher as propostas da população para "salvar novamente" a Bolívia.

Evo Morales foi presidente da Bolívia por cerca de 14 anos. Ele renunciou ao cargo em novembro de 2019, depois de concorrer a um quarto mandato não previsto no país. Em meio a protestos e à escalada da violência, ele deixou o país alegando ter sido vítima de um golpe da direita com apoio dos Estados Unidos.

Após a renúncia, como vice-presidente do Senado, Jeanine Áñez Chávez se autoproclamou presidente interina e comandou o país por 11 meses. Em novembro de 2020, ela sucedida por Luis Arce, que venceu as eleições naquele ano. Añez, por sua vez, foi condenada a dez anos de prisão sob acusação de ter promovido um golpe contra Evo Morales, em 2019.