Temendo reajustes, pais se antecipam na compra do material escolar em Feira de Santana
Lojas registram grande crescimento das vendas desde o início de janeiro.
Feira de Santana Notícias 24h - Com o retorno das aulas em boa parte das escolas particulares, no dia 28 de janeiro, e temendo reajuste dos preços, muitos pais começaram a se antecipar na compra dos materiais escolares, em Feira de Santana. Desde o início do mês de janeiro, o movimento tem crescido nas lojas, que oferecem uma ampla variedade de produtos dentro das últimas tendências e personagens infantis.
Com a lista em mãos, a dona de casa Aline de Jesus Souza foi a uma das lojas situadas na Avenida Senhor dos Passos para garantir bons preços. "Os preços estão bons. Não vi muita diferença. E aqui o atendimento também foi ótimo", informou.
Em outra papelaria, Fernando Gonzaga pesquisava atentamente os valores. Com dois filhos, ele esperava conseguir levar tudo o que precisava.
"Estamos vendo os preços, porque em cima da hora ficam mais caros. Agora ainda estão com um preço acessível, mas mais tarde creio que irmão aumentar. A lista está grande, e vamos ver se dá para levar tudo, pois tenho dois filhos."
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Patrícia Macedo, gerente de uma papelaria, na Avenida Senhor dos Passos, destacou que, em relação ao ano passado, o movimento este ano começou muito mais cedo.
"Em 2023, a procura começou na segunda quinzena de janeiro, mas este ano a primeira semana já teve um movimento muito bom. Estamos com parcelamento facilitado, produtos da tendência, com personagens atualizados como o Sonic, Divertidamente, Stitch e outros. Estamos confiantes."
Gerente de uma loja de artigos escolares e outras variedades, na Senhor dos Passos, Robson Brito, se surpreendeu com a procura antecipada.
"Surpreendentemente as pessoas este ano começaram cedo. Desde o final de dezembro, a gente começou a ver uma movimentação e agora em janeiro está bem aquecida. As aulas vão começar este ano um pouco mais cedo, algumas no dia 28 de janeiro. E o pessoal ficou com medo de aumento nos preços e isso motivou para que viessem mais cedo."
Segundo ele, a expectativa é que o preço se mantenha, mas ressaltou que os pais não deveriam deixar a compra para a última.
"Toda a mercadoria que já chegou na empresa a gente não aumenta mais. Agora produtos novos que vamos comprar, pode haver uma possível reposição, a gente tem que repassar, portanto é interessante que as pessoas venham o quanto antes. Aqui eu vendo de A a Z, como mochilas, lápis, apontadores, livros, uma gama de itens que os pais não precisam ir em outros lugares, porque encontram tudo em uma loja só. E temos brinquedos também. Estamos cheios de novidades do mercado."Direitos do consumidor
Em entrevista ao Folha do Estado, o superintendente do Procon, advogado Maurício Carvalho, ressaltou que as listas de materiais escolares entregues pelas escolas devem obedecer às regras contidas no Código de Defesa do Consumidor."A lei federal 12.886 de 2013 estabelece as regras sobre o material escolar. Via de regra, só podem ser exigidos materiais que fazem parte do uso individual do aluno, se aplicando a metodologia didático-pedagógica daquela escola. Ele só pode exigir o que vai aplicar, e nós vamos mensurar a questão do quantitativo também, deixando bem claro que todo esse material de um ano para o outro deve ser devolvido aos responsáveis, se sobrar", orientou, acrescentando que não é permitido, absolutamente, pedir material de uso coletivo, como materiais de limpeza, de escritório, pois a lei veda essa situação.
As escolas podem querer direcionar a compra desse material escolar?
"Não. Os representantes dos alunos são livres para escolher onde devem comprar. E quero aproveitar a oportunidade para dizer que todos os consumidores podem acessar a página da prefeitura que lá tem uma pesquisa feita pelo Procon: é uma planilha, feita pela pesquisa de campo do órgão, com 27 itens em, quatro grandes estabelecimentos comerciais. Assim, o consumidor não vai perder tempo, já vai identificar onde tem o que ele quer, e pelo menor preço. É importante dizer que existem diferenças em relação a marcas, sendo o mesmo item, mas encontramos diferença próximo de 200%", salientou.Diante de qualquer irregularidade por parte da instituição o consumidor deve formalizar a denúncia.
"Ele pode comparecer, pessoalmente, à sede do Procon, na Rua Castro Alves, número 635, ou pode usar o aplicativo do órgão para fazer a sua denúncia. Nós estaremos prontos para identificar e apurar. Inicialmente, nós notificamos a escola para que ela apresente a sua justificativa. Nosso departamento jurídico analisa e havendo algum tipo de infração, vamos aplicar a multa de acordo com a dosimetria, que varia de caso a caso. Outra coisa é que se a escola não obedecer a entrega do material que pedimos na notificação, ela também será punida."
Conforme Maurício Carvalho, no ano passado, algumas escolas foram punidas pelo, com multas que chegaram até três salários mínimos, por descumprimento das regras e solicitações feitas pelo Procon.
"A nossa intenção é, acima de tudo a parte educativa. Queremos que as escolas se conscientizem da importância da sua existência, dependente dos alunos. E cada realidade é diferente, como a questão dos investimentos em laboratórios, quadras de esportes, em outros equipamentos, que possam justificar um aumento diferenciado, isso é cabível, desde que fique claro na planilha, com total transparência aos pais, e sem vantagem excessiva."
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