Pets e fogos de artifício: saiba como aliviar o estresse de cães e gatos na virada do ano

Geral Queima de fogos

Pets e fogos de artifício: saiba como aliviar o estresse de cães e gatos na virada do ano

Barulho dos fogos pode causar ansiedade, medo e a chamada resposta de luta ou fuga nos pets 

Foto: Divulgação
O Réveillon pode ser uma época muito estressante para cães e gatos. Isso porque é comum a queima de fogos de artifício durante as comemorações da virada do ano. A tradição, embora bonita de se admirar, provoca um estímulo visual e sonoro bastante intenso para os pets, podendo causar danos imediatos e de longo prazo, como estresse, ataques de pânico, convulsões e doenças cardíacas. Segundo um levantamento divulgado pelo Grupo Petlove, quase 85% dos pets demonstram medo de fogos de artíficio e barulhos altos, sendo que 52,3% apresentam tremores por causa dessa situação.

A médica veterinária Leane Souza afirma que os pets possuem uma sensibilidade sensorial bem aguçada. Ela explica que, apesar de anatomicamente parecido com o dos seres humanos, seu sistema auditivo consegue captar até sons ultrassônicos. "O campo auditivo dos humanos está entre 20 e 20.000 Hz, enquanto dos cães e gatos de 15 a 40.000 Hz. É justamente esse fator que os tornam mais vulneráveis a determinados ruídos", esclarece.

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As explosões e estouros dos fogos podem causar ansiedade, medo e a chamada resposta de luta ou fuga, uma reação desencadeada pela liberação de hormônios que preparam o organismo para lidar ou tentar escapar de uma ameaça. Por causa disso, a especialista adverte sobre os perigos de acidentes físicos e traumas. "Já recebemos um paciente que pulou pela janela da área de serviço e fraturou a coluna, ficando paraplégico", conta a docente.

Para driblar problemas como esse, a recomendação é o olhar atento diante dos possíveis sinais de desconforto, fobia ou desespero dos bichinhos. Entre eles, estão: agitação, salivação, tremores, choros e latidos excessivos, aumento da frequência cardíaca e dilatação da pupila. Além desses indícios, no decorrer de eventos barulhentos, os animais podem se esconder, cavar e arranhar paredes, chão ou móveis; e destruir portas e janelas na tentativa de fuga. Isso também é sinônimo de risco, já que eles tendem a se machucar, se perder ou virar alvos de atropelamentos.

O que fazer

Leane Souza sugere algumas medidas para amenizar o sofrimento dos pets nesses casos. A primeira delas é evitar colocá-los no colo, abraçá-los ou oferecer petiscos nos momentos de muito barulho. Mesmo com a intenção de acolhimento e proteção, essas ações acabam levando à associação a situações de estresse e ansiedade, podendo desencadear um comportamento destrutivo, retraído ou agressivo. Outra dica é nunca deixar o animal sozinho na hora da queima de fogos. É importante, também, abafar o som, fechando o máximo de portas, cortinas e janelas, assim como prezar pela preparação de um espaço acolhedor, seguro e confortável.

"Coloque som no ambiente, se possível com frequências de relaxamento. Também vale espalhar brinquedos (bolinhas, túneis, caixas de papelão) e utilizar aromaterapia, como essência de lavanda. Mais uma estratégia é deixar sempre disponível uma caixinha de transporte para que se sintam abrigados. E, acima de tudo, jamais permita o acesso a varandas, janelas e piscinas", aconselha a médica veterinária.

Em casos extremos, ainda é indicado o uso de tranquilizantes e sedativos. No entanto, apenas médicos veterinários com registro junto ao Ministério da Agricultura têm permissão para receitar esses tipos de medicamentos. Sem a devida indicação do especialista, podem causar sérios efeitos colaterais. Também é possível agregar a utilização prévia de nutracêuticos e fitoterápicos ansiolíticos como melatonina, melissa, mulungu, passiflora e canabis para modular e/ou diminuir essa reação que acontece durante a queima de fogos.

"O uso inadequado pode provocar hipotensão, a famosa queda na pressão arterial, e até mesmo o óbito. Dependendo da espécie, existem medicamentos que não devem ser prescritos por serem nefrotóxicos, ou seja, perigosos à saúde dos rins, e hepatotóxicos, por fazerem mal ao fígado", alerta a profissional. 

 

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Terça, 22 Abril 2025

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