Pacientes reclamam de falta de medicamentos em unidades de saúde do Tomba e Feira IX
Os medicamentos de uso contínuo são essenciais
As doenças crônicas, como a própria terminologia sugere, são enfermidades de lento desenvolvimento, longa duração e - em grande parte das vezes - sem cura. Depressão, hipertensão, diabetes e esquizofrenia são alguns exemplos, doenças que requerem uma atenção especial e precisam ser acompanhadas por um profissional. Para o tratamento adequado, os medicamentos de uso contínuo são essenciais, sendo aliados para controlar essas condições e proporcionar qualidade de vida para os portadores. Em Feira de Santana, a população de baixa renda tem acesso a estas mediações através das unidades de saúde, entretanto em duas delas - no Tomba e no Feira IX - existem relatos da ausência de remédios, o que tem motivado muitas reclamações por parte dos pacientes.
Rosane Silva, paciente moradora do bairro Tomba, relata que, há algum tempo, a unidade não oferece medicações suficientes. "Muitas vezes atrasa, tem um, mas não tem outro. Tem paciente que precisa de uma quantidade grande de medicamento e encontra só a metade. Bem difícil mesmo! A situação tem muito tempo assim. O paciente que precisa tomar as medicações juntas, não consegue", reclama.
"Eu não consegui. Inclusive minha mãe vem aqui toda semana, ela é hipertensa, diabética e nunca acha remédio. Meu pai também sempre vem aqui e também tem problema para pegar medicação. Eles só falam que vai chegar, porém toda semana minha mãe está aqui, pelos problemas de saúde, mas não acha nada de medicação. Hoje me receitaram uma medicação antifúngica, mas também não tem", denuncia a paciente Adelaide Rocha.
Já Benisaura Cerqueira, que estava com receita de remédio para controlar o colesterol, diz que acessa a medicação sem maiores problemas. "Eu consegui sim! Foi um medicamento para o colesterol. E não costumo pegar medicação aqui, essa foi a segunda vez, mas nunca tive problemas", diz.
Na unidade médica do barro Feira IX, a dona de casa, Gerusa Sousa, diz que não sabe quando tem a medicação ou não. Segundo ela, alguns dias os medicamentos estão disponíveis e em outros não estão. "Às vezes acho medicamentos e outras não. Sempre procuro rosuvastatina (para colesterol)", conta.
CONTRAPONTO
A prefeitura disse, através de publicação no portal institucional, que em Feira de Santana, mais de 22 milhões de unidades de medicamentos foram distribuídas, entre janeiro e até o início de agosto deste ano, pela Central de Abastecimento Farmacêutica (CAF) do município. Entre os remédios mais dispensados estão losartana, metformina e AAS.
Quase 120 medicamentos fazem parte do elenco da CAF e estão disponíveis pelo setor, entre eles antibióticos, antiparasitários, antifúngicos, antianêmico, anti-hipertensivos, para diabetes, feridas e úlceras, fitoterápicos, hormônios, saúde da mulher, saúde mental, urgências e emergências e soluções. Ainda de acordo com a secretarial Municipal de Saúde (SMS), a pacientes diabéticos são fornecidos continuamente metformina, glibenclamida, insulinas e fitas de glicemia e glicosímetro. Já os pacientes hipertensos podem ter acesso a amiodarona, anlodipino, digoxina, enalapril, espironolactona, furosemida, hidroclorotiazida, losartana, metildopa, isossorbida, propranolol, captopril.
O coordenador da CAF, Ícaro Lopes, ainda destaca que, após a pandemia, aumentou a procura de medicamentos para pacientes do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Segundo ele, o setor é responsável pelo abastecimento das unidades de atenção primária, conhecidas popularmente como postos de saúde, e o Serviço Móvel de Urgência (SAMU). "A entrega da medicação é feita somente com apresentação do receituário médico e documento de identidade na unidade de saúde. Caso o paciente não tenha a receita, deverá ser avaliado pelo médico do local a fim de ser avaliado para ter o medicamento dispensado pela farmácia", ressaltou.
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