Com o encerramento do Agosto Lilás, Campanha Nacional que dedica o mês à conscientização pelo fim da violência contra a mulher. O Centro de Referência Municipal Maria Quitéria (CRMQ) faz um balanço das atividades realizadas em Feira de Santana e também sobre o início do Setembro Amarelo, Campanha de prevenção ao suicídio.

Josailma Ferreira, Chefe da Divisão de Promoção do Direito da Mulher fala sobre a representatividade efetiva no combate a violência contra mulher e como o Agosto Lilás é um marco no combate a violência doméstica. "Veio trazer ainda mais protagonismo as mulheres e lei Maria da Penha.

Segundo a Constituição homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, quase 20 anos depois é que surge a Lei Maria da Penha, após muitas lutas. Até então a violência contra mulher era tida como algo privado e não um problema social, o agosto vem intensificar essas ações, porém a gente trabalha na causa o ano inteiro. Realizamos rodas de conversas, palestras, participamos, junto com toda rede de proteção, do lançamento de uma cartilha, pelo Ministério Público Estadual e que foi construído ao longo de cerca de três anos".

A coordenadora ressalta a realização de aula de defesa pessoal com treinamento funcional para fortalecer autonomia física e melhorar autoestima, além da utilização de técnicas de defesa para escapar de possíveis agressões. Segundo ela, a instituição também oferece palestras e curso profissionalizante com empresas parceiras para incluir mulheres que precisam voltar ao mercado de trabalho. "Já que muitas sofrem violência patrimonial ou permanecem na relação abusiva pela dependência financeira, oferecemos esse suporte".

De acordo com Ferreira, o foco da Secretaria da Mulher é estar sempre com equipe multidisciplinar. "Quando a mulher chega lá para ter o apoio jurídico, ela passa primeira pela assistente social e psicóloga. É preciso escutar aquela história de vida e demanda. Mais de 82% das vítimas de violência doméstica são também vítima de violência psicológica e fazemos o correto direcionamento", explica.

Setembro Amarelo

A gestora diz que apesar de ser dedicada a saúde mental e, portanto, política da Secretaria de Saúde, a ideia é cuidar da saúde mental também da vítima de violência doméstica. "A escuta especializada e humanizada para que a gente possa acolher, sem que passe por um roteiro crítico, saindo de equipamento em equipamento, agravando o seu sofrimento. Nós iremos realizar algumas ações, explicando a importância do Setembro Amarelo, porque entendemos que somos uma política transversal que dialoga com saúde e assistência, com educação, atividade física. Sabemos que cuidar do Corpo, da autoestima, é um caminho para sair da depressão". O centro de Referência Maria Quitéria reforça que qualquer situação de violência, independente de física, psicológica, patrimonial, sexual, a vítima deve procurar a rede de proteção a Mulher, quebre o silêncio, conte para um vizinho, uma amigo, na igreja e que a Secretaria da Mulher está de Portas abertas para atender. O órgão está localizado na Rua Castro Alves, nº 64, Serraria Brasil, Feira de Santana.