Após dois anos de hiato por causa da pandemia da covid-19, na terça-feira (26), em Feira de Santana, ocorreram as celebrações do Dia de Senhora Sant’Ana, avó do menino Jesus e mãe de Maria e padroeira da cidade. As comemorações seguiram o cronograma tradicional começando pela Alvorada Festiva, seguida da Celebração Eucarística e Concelebração Eucarística. À tarde, um momento especial: uma missa campal que marcou a comemoração dos 60 anos de criação da Arquidiocese de Feira de Santana.

Com uma multidão acompanhando, a celebração campal, presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Zanoni Demettino Castro, se fechou as comemorações iniciadas em 2021, que marcam o Jubileu da Arquidiocese. A celebração contou com a participação de todas as paroquias pertencentes à Arquidiocese, motivo de satisfação para Dom Zanoni.

“Nós estamos jubilosos pelos 60 anos desta igreja, em particular de Feira, o Jubileu de Diamante e a participação muito numerosa e valiosa do povo, nas noites das novenas...Muito significativa para vida da igreja, ficamos muito alegres com esse momento”, diz.

Dom Zanoni lembra que igreja do município que foi criada pelo Papa São João XXIII, pelo mesmo Papa que abriu a igreja para o mundo. “Abriu para o diálogo da sociedade, criou a igreja de Feira e ao celebrar 60 anos, queremos dar uma resposta nova aos desafios que nos apresentam”, refletiu.

Mesmo com possibilidade de chuva, fiéis lotaram as festividades, como foi o caso das pessoas que integram uma caravana de 47 pessoas, da Paróquia São Francisco de Assis. “Já virou tradição familiar! Há 20 anos viemos pela primeira vez e continuamos por todos os anos. Trouxe minha neta quando ela estava com 1 ano, e hoje ela já tem 21 anos”, conta Conceição Brandão.

Igreja Católica pediu desculpas aos povos originários

Sobre o posicionamento do Papa Francisco que, na ultima segunda-feira, pediu desculpas a todos os povos indígenas do Canadá pelo posicionamento da Igreja, Dom Zanoni reintegra: “Desde João Paulo II compreendemos que o modo da Evangelização, o extermínio dos povos indígenas, a Igreja do Brasil, sai em defesa da causa dos povos originários tão desrespeitados em nosso país. Pessoas foram assassinadas porque saíram em defesa dos indígenas e encontram na igreja solidariedade".

Pela primeira vez em Feira Dom Sérgio da Rocha preside celebração solene

Um dos pontos altos das comemorações pelo dia de Senhora Sant’Ana foi a Celebração Eucarística Solene, presidida pelo Cardeal Dom Sérgio da Rocha, Arcebispo de Salvador, na Bahia e Primaz do Brasil. Desde que assumiu a função há 2 anos, esta é a primeira vez que ele visitou a cidade de Feira de Santana, onde além da festa da padroeira participou das comemorações dos 60 anos de fundação da Arquidiocese de Feira de Santana.

Dom Sérgio da Rocha, em seu pronunciamento, ressaltou a importância de Sant’Ana para o Catolicismo. “A avó de Jesus tinha muitas atribuições: protetora dos mineiros, das famílias, das parturientes, das avós e justamente ela é a padroeira deste importante município da Bahia, o maior do interior. É uma satisfação estar aqui, pela primeira, vez participando não só deste, mas de outro grandioso momento, que é o Jubileu da Arquidiocese. São 60 anos de inestimáveis serviços prestados à Igreja e que temos esta oportunidade de celebrar”, afirmou.

O Cardeal observou que o momento é de muita preocupação. “Temos observado muitos conflitos no Brasil e no Mundo, e justamente no momento de celebração precisamos reafirmar o nosso papel enquanto Igreja e buscar chamar as pessoas para refletirem sobre as suas ações. A Igreja é mãe e precisa acolher, porém sem esquecer o seu papel de conscientização. O nosso Papa Francisco lembra que devemos buscar a paz e o principal caminho é a fraternidade. Temos que ser enfáticos, porque este é o real caminho para se combater a violência, que é uma questão mundial”, comentou.