Conscientização, representatividade e cultura predominaram no estacionamento do Paço Municipal com o Encontro das N'danjis do Axé de Feira de Santana, em alusão ao Dia Nacional das Raízes de Matrizes Africanas, comemorado nesta terça-feira (21).

Com músicas e danças típicas, o encontro reuniu adeptos dos cultos de matrizes africanas, que fomentaram discussões sobre religiosidade e o resgate às tradições ancestrais.

"A ideia desse evento surgiu devido a um sentimento de exclusão perante a nossa sociedade, que não está acostumada a nos olhar de forma aceitável. Temos que comemorar essa data, pois é momento de reconhecimento e liberdade aos nossos cultos e nossas tradições. Este momento é único e é o primeiro de muitos outros que estão por vir", diz o presidente do Conselho das Comunidades Negras e Indígenas de Feira de Santana (Condecmi), Aristides Maltez.

A data foi instituída pela Lei 14.519/23, sancionada em janeiro deste ano, para, além de celebrar, combater ataques e preconceituosos perante outras culturas. Segundo a presidente do núcleo pedagógico da MoviAfro, Edivânia Vitória, o dia difunde a necessidade de haver mais discussão e fomento de políticas públicas sobre o assunto.

"Nosso povo vive violência e racismo religioso por conta da sua matriz africana. Precisamos de mais políticas públicas ativas, e que o nosso povo se una cada vez mais para pedir que as leis sejam executadas com todo rigor", pontua.

A iniciativa teve apoio da Prefeitura Municipal de Feira de Santana, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) e da Secretaria da Mulher, que foi responsável pela organização e articulação do evento.

"Com nosso núcleo de direitos humanos e departamento de igualdade racial, nossa participação teve como objetivo apoiar e fomentar encontros como esse, que celebram as tradições e o resgate da cultura africana", destaca a secretária da mulher, Gerusa Sampaio.