Jodilton Souza desabafa: 'o futebol não mais me cabe', diz dirigente
O dirigente revelou a intenção de se desligar do futebol
O amargo empate em 2 a 2 com o Jequié no último domingo (4), pela sexta rodada do Campeonato Baiano manteve o Bahia de Feira na zona de rebaixamento: o time é o penúltimo colocado na classificação geral e nos últimos três jogos da primeira fase vai ter que lutar para escapar da degola para 2025. O atual momento trouxe à tona o descontentamento do patrono e principal mentor do projeto Bahia de Feira, o professor Jodilton Souza que ao final da partida contra o Jequié desabafou e inclusive deixou clara a vontade de não seguir no futebol nos próximos anos.
São 15 anos à frente do Bahia de Feira e neste período, a equipe conquistou o título estadual da Série B de 2009; em 2011 foi campeão de forma inédita da Série A; em 2013 conquistou a Copa Governador do Estado e ainda acumula em seu currículo seis participações na Série D do Campeonato Brasileiro e quatro na Copa do Brasil. Além disso, é a única agremiação do interior a possuir um estádio próprio: a Arena Cajueiro, porém, diante do atual momento, Jodilton Souza admitiu desgaste. "A ideia de gestão que temos é bem diferente do futebol, que apresenta muitas vezes, circunstâncias alheias à nossa vontade. Pensamos em passar um tempo aportando recursos para que o clube mais adiante caminhasse 'com as próprias pernas', mas isso não aconteceu. Então chega um determinado momento que a gente cansa", declarou. "Além disso, não temos calendário este ano, só o Baiano, e muito provavelmente não teremos para 2025 e isso ruim porque vemos o futebol também como negócio e como todo o negócio, precisa dar o retorno a quem investe e isso infelizmente não está acontecendo, de forma que a gente se sente desgastado com toda essa situação", complementou.
Souza ainda revelou descontentamento com a forma que o futebol é pensado atualmente. "As pessoas não têm noção dos custos que temos para montar um projeto, uma equipe para uma competição. Temos aproximadamente três meses de Baiano, onde não temos tempo para nada: perdemos dois, três jogos e estamos alijados da classificação. Há muito tempo conversamos com a Federação para mudar isso, mas infelizmente as coisas não mudam isso nos entristece demais. Como montar um projeto dessa forma? Se joga três meses e guarda as camisas? Não tem quem aguente isso", declarou.
Outra questão pontuada pelo dirigente são as arbitragens nos jogos do Bahia de Feira. Especificamente, se refere aos trabalhos de Ricarle Gustavo Gonçalves Batista e Emerson Ricardo de Almeida Andrade, nos jogos diante do Jequié e Jacuipense respectivamente: em ambas ocasiões, os árbitros teriam marcado pênaltis inexistentes influindo nos resultados dos jogos. "Não estou 'livrando a cara' do time dentro de campo não. Porém foram lances nítidos, onde fomos garfados. No jogo contra o Jequié ainda eu brinquei com o presidente (do Jequié – Leour Lomanto), dizendo que agora eu teria que virar político para não ser prejudicado pelos árbitros. Em Riachão foi assim também. Será que o vice-prefeito de lá é dirigente do Jacuipense? Estou fazendo representações nos dois casos, mas essa situação também traz desgastes", afirmou.
FUTURO
Sobre o futuro do Bahia de Feira, Jodilton Souza disse que vai lutar pela permanência do clube na elite baiana, mas confirmou que deverá se desligar do futebol. "Vamos fazer o possível para o time permanecer na Série A: se cair, vamos remontar o projeto e se permanecer podemos fazer o processo da SAF. Independente do desfecho, devo me afastar do futebol porque da forma como as coisas acontecem o futebol não me cabe mais. Tenho outras empresas para administrar e sinceramente é menos trabalhoso do que o futebol. São situações que vamos alinhar, porém estou convicto de que da forma como as coisas estão, repito, o futebol não me cabe mais", declarou.
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