Curso da CBMF desafia monopólio do CREF nas academias
STF e CBMF reacendem debate sobre quem pode ser personal trainer
Uma decisão do Supremo Tribunal Federal mexeu com os pesos e alterou o clima nos bastidores das academias. O STF concluiu que, no Rio Grande do Sul, não é mais obrigatória a presença de profissionais de Educação Física em tempo integral nos espaços de atividade física. O veredito abriu espaço para que voltasse ao centro das discussões um velho dilema: é mesmo necessário ter registro no CREF para atuar como personal trainer?
De um lado, está o tradicional sistema universitário, com seus cursos superiores de quatro anos. Do outro, a Confederação Brasileira de Musculação e Fisiculturismo (CBMF) que, com um curso de 18 meses, forma treinadores voltados exclusivamente à musculação. O presidente da entidade, Marcos Vinícius, defende a autonomia de formação com um argumento simples e direto: se o futebol tem sua escola própria com a CBF, por que a musculação, que também é esporte, não pode ter a sua?
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O curso da CBMF é cirúrgico. Nada de futebol, vôlei ou aulas de natação. O foco é na execução dos exercícios, na progressão de cargas, no volume de treino e em como o profissional pode empreender após a formação. Para quem já sabe o que quer, é uma porta de entrada direta para o mundo do treino personalizado — sem desvios ou matérias que pouco servirão na prática. Para os indecisos, o próprio dirigente recomenda cautela.
A proposta, claro, não pretende extinguir o papel das faculdades. Pelo contrário, Marcos reconhece o valor social e formativo dos cursos superiores. Mas bate na tecla de que há espaço para os dois modelos. O cenário é de mudanças e, como nas grandes competições, quem quiser subir no pódio da musculação profissional precisa escolher bem o caminho a seguir.
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