Botafogo e Milei: O Futebol Sob Nova Gestão
Presidente argentino usa SAF como modelo e enfrenta resistências locais
No último sábado, Buenos Aires testemunhou um feito histórico: o Botafogo ergueu a taça da Libertadores pela primeira vez. Mais que um triunfo alvinegro, a conquista ecoou nas trincheiras da política argentina, com Javier Milei, presidente recém-eleito, explorando o sucesso das SAFs como bandeira de sua gestão. O mandatário não perdeu tempo em usar o título para reforçar sua proposta de privatização dos clubes argentinos, provocando reações inflamadas da AFA e dos torcedores.
Para Milei, o exemplo do Botafogo é a prova viva da eficiência de uma administração baseada em investimentos privados. O clube carioca, antes atolado em dívidas, floresceu sob a batuta de John Textor, empresário norte-americano que adquiriu 90% de suas ações. Em contraste, a Argentina mantém um modelo rígido de associações sem fins lucrativos, o que, segundo Milei, trava o potencial de crescimento do futebol local.
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Mas o debate está longe de ser uma goleada a favor do presidente. A Associação de Futebol Argentino (AFA) e até a Conmebol reagiram duramente. Para as entidades, obrigar clubes a adotarem o modelo de SAF é um ataque à autonomia do esporte e às tradições argentinas. A AFA acionou tribunais para barrar os decretos de Milei, enquanto clubes como Boca Juniors e River Plate defendem, com unhas e dentes, a gestão associativa, enfatizando sua função social.
Com o Botafogo como exemplo vivo de sucesso e o futebol argentino resistindo a mudanças, o cenário reflete mais que uma disputa esportiva: é o embate entre dois mundos. Para Milei, é o capitalismo privado contra um modelo que ele classifica como "socialismo empobrecedor". O resultado, como em qualquer grande clássico, segue indefinido, mas promete capítulos emocionantes.
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