O talento para o boxe está no DNA de Bia Ferreira. Filha do ex-bicampeão brasileiro Raimundo Oliveira Ferreira, o Sergipe, Bia começou a sua trajetória aos quatro anos de idade. Os sacos de areia pendurados na garagem de sua casa, em Salvador, foram o primeiro campo de treinamento da jovem pugilista, que herdou o estilo agressivo e técnico do pai, desenvolvendo uma movimentação de tronco e golpes duros que lembram a habilidade de Sergipe nos ringues.

Com 31 anos, Bia é hoje um dos grandes nomes do boxe mundial. Ela já conquistou títulos expressivos, como o bicampeonato mundial amador (2019 e 2023) e duas medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos. Na sua curta, mas impactante carreira profissional, Bia já é campeã mundial pela Federação Internacional de Boxe, mantendo um recorde invicto de cinco vitórias em cinco lutas. No total, sua carreira amadora e profissional contabiliza 157 lutas, com impressionantes 149 vitórias.

Agora, Bia tem seu olhar voltado para Paris-2024, onde pretende conquistar o ouro olímpico, a única medalha que falta em sua coleção amadora. Em Tóquio-2020, Bia fez história ao conquistar a prata, marcando o melhor desempenho do boxe feminino brasileiro em Olimpíadas. Determinada a melhorar esse resultado, ela promete um desempenho ainda mais forte na capital francesa, onde enfrentará adversárias de peso, como a coreana Oh Yeon-Ji e a irlandesa Kellie Harrington.

Sergipe, sempre ao lado da filha, expressa confiança em seu desempenho. "Bia é a grande favorita para trazer o ouro de Paris", afirma, ressaltando a maturidade e foco de Bia. As preliminares da categoria até 60 kg nos Jogos Olímpicos de Paris começarão em 27 de julho, com a final marcada para 6 de agosto. Bia espera encerrar sua carreira amadora com uma medalha de ouro, antes de se dedicar exclusivamente ao boxe profissional.