Em pleno Agosto Lilás, mês de combate à violência contra a mulher, um levantamento chocante revela que a Bahia ocupa o terceiro lugar no Brasil em casos de agressões femininas durante dias de jogos de futebol. Segundo dados do Tribunal de Justiça da Bahia e da Polícia Civil, mais de dois mil e quinhentos inquéritos foram abertos, e cerca de 13 mil medidas protetivas emitidas até julho deste ano, destacando uma crise silenciosa que se intensifica com a euforia do esporte.

Pesquisas do Instituto Avon, em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, identificaram que dias de jogos do Campeonato Brasileiro amplificam o risco para mulheres em Salvador, com registros de ameaças e lesões corporais aumentando significativamente. A promotora de Justiça, Mirella Brito, aponta que a masculinidade exacerbada e as frustrações associadas ao futebol são catalisadores dessa violência, sugerindo que as emoções intensas dos torcedores masculinos frequentemente se desdobram em agressões domésticas.

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Os clubes locais, Bahia e Vitória, têm implementado ações para enfrentar essa realidade. O Bahia, por exemplo, promoveu palestras educativas para suas categorias de base, enquanto o Vitória investe em programas internos de conscientização. Contudo, a eficácia dessas iniciativas ainda enfrenta desafios, refletidos nas estatísticas crescentes e nos relatos dolorosos de vítimas que, em muitos casos, só encontram alívio através de medidas protetivas.

Esses números não são apenas estatísticas; representam vidas que foram profundamente afetadas pelo ciclo de violência. O Disque 180 continua sendo uma ferramenta vital para denúncias, e a Casa da Mulher Brasileira surge como um apoio crucial para quem precisa de ajuda. É um problema que precisa de atenção urgente e de uma resposta mais forte de toda a sociedade, especialmente no ambiente do futebol.