Arthur e Joelzinho do Acordeon formam a tradicional dupla de forró composto, principalmente, pelos instrumentos musicais sanfona, zabumba e triângulo e, assim, carregam o forró pé de serra, que consegue conquistar várias gerações de públicos.

O compositor Arthur Carneiro, que faz vocal e triângulo no conjunto, conta que as músicas de trabalho seguem a linha do tradicional forró e cantam sobre sentimentos, já caíram no gosto do público e estão em todas as plataformas de streamings, representando um equilíbrio perfeito entre a manutenção da tradição do gênero e os recursos tecnológicos atuais.

"Eu tenho um tempinho na música, a gente já se conhecia e então surgiu a ideia de gravar um disco com 9 faixas, sendo as duas músicas de trabalho 'Maikely' e 'Então faz assim' . Elas estão na cena, a galera está gostando e vêm sendo tocadas nas rádios. A gente vem batalhando nessa luta para chegar longe e levar o forró tradicional com a gente. Tome, xote!", decreta o cantor.

Joel do Acordeon, músico experiente e entusiasta do ritmo nordestino, enxergou no parceiro um potencial forrozeiro raiz, apesar de, através das suas composições, se comunicar muito bem também com o público jovem.

"Arthur e eu já nos conhecíamos, e um dia ele apareceu em minha casa com o violão embaixo do braço e duas belas músicas, e eu propus de fazer a parceria. Nós gravamos e estamos na luta, na expectativa de sermos novos talentos na nação tradicional forrozeira. Ultimamente, há uma queixa de escassez de forrozeiros, dizem que a cena carece de gente nova fazendo o forró tradicional, mas nós estamos aqui, com trabalhos novos, procurando fazer da melhor forma possível para esses festejos tão lindos que são as festas juninas. Eu sou um fã da sanfona e apaixonado pelo forró. Já passei por outras bandas e fico muito feliz em hoje estar com trabalho autoral ao lado do meu amigo Arthur Carneiro", diz.

O jovem compositor de 29 anos tem como referências clássicos como Luiz Gonzaga e Dominguinho, que inspiram suas composições e contrinuem para a manutenção do tradicional forró. Ele conta ainda que a emoção de tocar para o público em festas juninas, é particularmente especial para ele.

"A nossa expectativa para este São João é enorme! Todas as vezes que vamos tocar, antes de subir ao palco, dá aquele frio na barriga e no São João tudo é ainda mais emocionante. Bate ansiedade, é o dia todo concentrado aguardando o tão esperado momento. A canção 'Então faz assim', por exemplo, fala de encontros, amor e forró. É o novo com a tradição do forró pé de serra".

O sanfoneiro Joel também destaca a emoção e simbolismo que é tocar acordeon, que é o principal símbolo do gênero . "Eu costumo dizer que o sentimento que temos deve vir do sagrado. É tão prazeroso que pesa 13 quilos, mas a gente toca por quase 3 horas ininterruptas e não sente. É uma intensa felicidade, uma energia tão boa que só quem sente para entender. Esse amor é realmente sem explicação. Eu gosto da cultura de 100 anos atrás, são muitas músicas que me emocionam. Inclusive essa nova composição de Arthur (Então faz assim)também me comoveu. A primeira vez que escutei já fez eu me apaixonar pela música , porque me remete a transição, apesar do frescor do novo".