Conheça a história da feirense de 12 anos campeã sul-americana de karatê
Maytê Leite conquiatou vaga para o Mundial que será realizado no Japão
A carateca feirense Maytê Leite, de apenas 12 anos, ainda não é uma faixa preta. Porém, mesmo sem atingir a maior graduação, a garota já faz história na arte marcial: conquistou o título na categoria 11-12 anos, na modalidade de katá por equipe, no Campeonato Sul-Americano, realizado há poucos dias, em Santiago, no Chile.
A atleta pertence à equipe da Academia Astekas, comandada pelos professores Oldac e Adriano Araújo, que teve alguns atletas integrando a delegação brasileira na disputa em território chileno. Foi a primeira competição de caráter internacional disputada por Maytê Leite, que está na faixa laranja e desde os 6 anos, se dedica à arte marcial, que descobriu por um acaso. "Eu fazia Ballet e Teatro no Cuca. Nos dias das minhas aulas, eu via aquele pessoal de quimono passando pra lá e pra cá. Fiquei curiosa e fui ver o que era. Gostei e falei para minha mãe que eu queria aquilo. Então passei a me dedicar ao esporte", lembra.Magda Leite, mãe de Maytê, aprovou a decisão da filha de imediato. "Eu olhava a questão da defesa pessoal dela, mas depois fui me aprofundando e vi que o esporte trazia outras vertentes, com a disciplina, a concentração e o foco. Tudo isso tem sido importante na formação dela, que não mede esforço para alcançar seus objetivos", frisou.
A garota obteve índice técnico para a disputa sul-americana no ano passado, quando ficou em 3º lugar, no Campeonato Brasileiro, realizado em Santa Catarina. "Foi no Kumitê (luta) e já tinha sido um grande feito porque disputei com as melhores caratecas do Brasil. Ganhei o índice técnico e desde então comecei a me preparar para viajar ao Chile para esta disputa", lembra a menina.
Desde então Maytê empreendeu uma grande luta para ir a Santiago no Chile. "Além dos treinamentos específicos que começaram em janeiro, a gente tinha que correr atrás para levantar recursos para viagem. Comecei a fazer rifas, vender pipoca e doces para juntar o dinheiro pra viagem. Também tive ajuda de amigos e familiares e foi desta forma que consegui viajar", informou a carateca.
Magda contou que a filha passou por estas dificuldades por não estar enquadrada em programas de incentivo como o Faz Atleta, do Governo do Estado, ou do Pró Cultura e Esporte do Município. "Foi complicado, mas a Maytê tem uma garra incrível, uma força de vontade admirável, além do carisma. Isso tudo contribuiu para que ela pudesse viajar e o melhor de tudo: a conquista dentro do tatame, que nos enche de orgulho", ressaltou.
Um detalhe incrível é que Maytê fez parte de uma equipe que teve apenas uma sessão de treinamentos, antes da competição. "Isso aconteceu porque as minhas companheiras de equipe são catarinenses e por conta da distância não tinha como treinar. Fizemos somente um treino e nesse caso foi muito arriscado por conta do entrosamento para fazer os movimentos sincronizados, mas graças a Deus fomos tão bem que voltamos com o título na nossa categoria", enfatizou a menina.
PRÓXIMOS DESAFIOS
Maytê não tem tempo para relaxar porque agora está com as suas atenções voltadas para o Campeonato Brasileiro de Karatê Shotokan, que acontecerá no próximo mês de outubro em 2024 já terá um desafio ainda maior: o Campeonato Mundial, que vai acontecer no Japão, considerado o "berço" das artes marciais. "Chegou o grande momento de realizar meu sonho de disputar uma competição mundial. Não será fácil, mas todos os meus esforços vão se concentrar para ir ao Japão no próximo ano. Tecnicamente estou habilitada e agora e agora é lutar para viabilizar as condições para viajar e disputar Mundial", declarou Maytê Leite.
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