Testes de Covid-19 em Feira de Santana detectam vírus em assintomáticos
Dados são preliminares e amostras passarão por sequenciamento genético
A Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) divulgou dados preliminares da segunda etapa da pesquisa para identificar indivíduos assintomáticos da covid-19 em áreas de grande circulação de pessoas no município. Os números mostram que dos 256 indivíduos que tiveram amostras coletadas 2,34% testaram positivo para a doença.
Outro destaque dos dados preliminares é o alto percentual de vacinados entre todas as pessoas que participaram da testagem: 91% das pessoas estavam vacinadas com pelo menos uma dose da vacina contra a covid.
A pesquisa foi realizada durante três semanas do mês de novembro nos mesmos locais da primeira etapa, o Centro de Abastecimento, o estacionamento que fica em frente à Prefeitura e a Praça do Tomba. Este mês novas amostras serão coletadas para dar continuidade ao trabalho realizado por pesquisadores da UEFS, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
As amostras coletadas foram enviadas para o Lacen e agora será feito um sequenciamento e mapeamento genético para identificar, por exemplo, qual variante está predominando em Feira. O mapeamento será feito pela equipe do pesquisador Luiz Alcântara, titular da Fiocruz do Rio de Janeiro. "É importante que os assintomáticos sejam avaliados porque eles são os principais transmissores do vírus já que não sabem que estão doentes. A quantidade de vírus que os assintomáticos colocam no ambiente é a mesma dos indivíduos com sintomas", afirmou.
Na primeira etapa da pesquisa mais de mil amostras de pessoas não vacinadas foram analisadas. Na segunda etapa foram incluídos indivíduos que já tinham recebido a vacina. A coordenadora da pesquisa, professora Erenilde Marques, disse que ainda não é possível comparar os números das duas etapas porque a participação é voluntária e agora houve uma adesão menor. Ela acredita que isso se deve a falsa sensação de que a pandemia acabou. "A gente quer saber como a doença está se comportando no município depois da vacinação. Já podemos inferir que com a vacinação a positividade de casos vem caindo", explicou.
A pesquisa realizada em Feira de Santana é inédita e já está sendo utilizada por outros municípios do país, como São Paulo e Belo Horizonte. Os dados daqui foram apresentados à Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde e com isso outras cidades resolveram montar a mesma iniciativa. "Eles não têm como saber o impacto da vacinação porque não fizeram a pesquisa anteriormente. Aqui foi o único local. Então, a gente tem como medir o impacto da vacina na transmissão dos sintomáticos como dos assintomáticos", observou o pesquisador Luiz Alcântara.
Comentários:
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.