Indicador de Registros de Inadimplentes inicia ano com queda de 0,7%
O Indicador de Recuperação de Crédito, por sua vez, subiu 2% em janeiro
O número de registros de inadimplentes iniciou o ano de 2024 com queda de 0,7% em relação ao mês anterior, segundo dados dessazonalizados da Boa Vista, que abrangem todo território nacional. O indicador somou a sétima queda mensal consecutiva e encerrou o trimestre móvel concluído em janeiro com baixa de 3,6% frente ao trimestre imediatamente anterior, de agosto a outubro na série livre dos efeitos sazonais.
Na série de dados originais, contudo, os registros continuam em alta na variação interanual, com elevação de 7,9% em janeiro após já ter avançado 7,1% em dezembro nesta base de comparação. Já na comparação do trimestre móvel encerrado em janeiro de 2024 contra igual período de 2023, houve aumento de 1%. Na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, o indicador desacelerou seu ritmo de crescimento de 5,3% em dezembro para 4% no primeiro mês do ano.
"Sem surpresas, o indicador continua apresentando a mesma tendência que vinha sendo observada desde o segundo trimestre do ano passado: a curva de longo prazo está perdendo força mês após mês e as variações mensais, exceto pelo último mês de junho, são de redução no número de novos registros. Neste ritmo, considerando que os fatores condicionantes também se manterão na mesma tendência, podemos esperar que o crescimento do indicador chegue a zero, talvez já no segundo trimestre deste ano, e passe ao campo negativo logo em seguida", avalia Flávio Calife, economista da Boa Vista.
Recuperação de Crédito do Consumidor
Já o Indicador de Recuperação de Crédito da Boa Vista registrou crescimento de 2,0% em janeiro na comparação mensal dessazonalizada. Contra o mesmo mês do ano passado, o indicador desacelerou o ritmo de crescimento, mas ainda segue com elevação expressiva, de 23,0% após já ter avançado 29,2% em dezembro, mantida a base de comparação.
Com esses resultados, a Recuperação de Crédito encerrou o trimestre móvel concluído em janeiro com alta de 8% contra o trimestre finalizado em outubro do ano passado, de acordo com dados dessazonalizados. Com relação ao trimestre encerrado em janeiro de 2023 o desempenho foi mais robusto, alta de 27,5% na série original. Resultado positivo e que contribuiu para a aceleração da curva de longo prazo do indicador na análise acumulada em 12 meses, passando de 21,6% no fim do ano passado para 22,0% com a aferição atual.
"A postergação do 'Desenrola' até o mês de março pode ajudar a manter o ritmo de crescimento da recuperação de crédito, mas não seria uma surpresa se depois disto o ritmo perdesse força. Ainda assim, os fatores condicionantes apontam para mais uma alta em 2024; a renda real melhorou, o mercado de trabalho segue resiliente, o endividamento das famílias está reduzindo e o comprometimento de renda delas também", finaliza o economista da Boa Vista.
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