Indicador de inadimplência encerra segundo trimestre em queda de 0,7%
Para o mês de junho a alta foi de 0,4%
Depois de duas quedas consecutivas na comparação mensal, o número de registros de inadimplentes voltou a subir. Entre os meses de maio e junho a alta foi de 0,4% com base nos dados dessazonalizados da Boa Vista que abrangem todo território nacional. O resultado, no entanto, não foi suficiente para reverter o recuo do indicador no segundo trimestre, que foi de 0,7% em comparação ao primeiro trimestre, também na série livre dos efeitos sazonais.
Já na série de dados originais o número de registros aumentou em 9,1% na comparação interanual e fechou o segundo trimestre com elevação de 8,4% em comparação ao mesmo período do ano passado. Os resultados acumulados se mantiveram numa tendência de crescimento desacelerado. No ano a alta de 14% até o mês de maio passou para 13,3% com os dados de junho e na análise acumulada em 12 meses o indicador aponta agora um crescimento de 20%, ante 20,3% em maio.
"A desaceleração na curva de longo prazo foi pequena em junho, mas isso não muda aquilo que temos antecipado nos últimos meses: esse movimento deve ser mais forte no 2º semestre. A taxa de desemprego ainda está num nível menor em comparação a 12 meses atrás, apesar de ter subido no ano, e a renda real está crescendo de forma acelerada. Juntos, esses fatores devem fazer com que o número de novos registros desacelere. Contudo, ainda é preciso ter cautela e o aumento no mês de junho, depois de duas quedas, corrobora essa ideia. Ele não deve ter sido o último também. O comprometimento de renda das famílias ainda é alto, ele não apresenta uma tendência clara de melhora e próximo do quarto trimestre é possível que a renda real comece a desacelerar", avalia Flávio Calife, economista da Boa Vista.
Recuperação de Crédito do Consumidor
Já o Indicador de Recuperação de Crédito da Boa Vista avançou 0,8% na comparação mensal, após também ter registrado duas quedas mensais consecutivas, e encerrou o segundo trimestre com estabilidade (0,0%), de acordo com dados dessazonalizados.
Em relação ao mês de junho do ano passado foi observado mais um aumento robusto, de 17,1%, e isso contribuiu para manter a curva de longo prazo do indicador em ritmo acelerado de crescimento, passando de 18,0% para 18,6% entre os meses de maio e junho na análise acumulada em 12 meses. No ano, especificamente, o indicador acumula alta de 16,2%.
"O indicador de recuperação têm mantido um ritmo de crescimento forte e esse ritmo pode ganhar ainda mais força depois que o programa de renegociação de dívidas do governo estiver pronto. Seria natural esperarmos uma aceleração desse número e depois uma desaceleração mais acentuada", finaliza o economista da Boa Vista.
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