Governo teria de arrecadar mais de R$ 3,5 bilhões por ano para arcar com ‘novo DPVAT’
Os valores referentes ao DPVAT deixaram de ser cobrados dos motoristas em 2021
Para arcar com as despesas do Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT), o "novo DPVAT", o governo federal teria de arrecadar mais de R$ 3,5 bilhões anuais.
A estimativa é da Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão responsável pela regulação e fiscalização do setor de seguros do País.
A estimativa leva em conta uma manutenção do valor das indenizações pagas pelo DPVAT, de no máximo R$ 13.500, além do repasse de 50% do valor arrecadado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
A Susep afirma que o valor dependerá das coberturas do SPVAT e também do valor das indenizações, bem como do próprio porcentual de repasses ao SUS e ao Contran. As novas regras para o chamado seguro obrigatório ainda precisam ser discutidas pelo Congresso, que deve analisar o projeto de lei 233/2023, enviado pelo governo em outubro do ano passado.
Os valores referentes ao DPVAT deixaram de ser cobrados dos motoristas em 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro. Além disso, a administração do fundo que geria os recursos passou da Líder, formada por um consórcio de seguradoras, para a Caixa Econômica Federal (CEF).
O banco informou no ano passado que o valor restante no fundo seria suficiente para cobrir despesas com acidentes ocorridos até 14 de novembro de 2023. No retorno do seguro proposto pelo governo, a Caixa continuaria sendo a gestora do SPVAT, e também seria a responsável por propor e arrecadar os valores anuais do seguro obrigatório.
Este formato é diferente do que é defendido pelas seguradoras. A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) propôs ao governo que o SPVAT fosse operado por meio de um regime de concorrência, em que todas as seguradoras ofereceriam o produto e concorreriam nos preços cobrados dos clientes.
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