Demanda por Crédito do Consumidor avança 0,7% no primeiro trimestre
Em março o indicador apontou aumento de 1,3% na comparação mensal
O indicador da Boa Vista de Demanda por Crédito do Consumidor avançou 1,3% entre os meses de fevereiro e março e fechou o primeiro trimestre com elevação de 0,7%, contra o trimestre imediatamente anterior, na comparação dos dados dessazonalizados.
As aberturas do indicador por segmento apresentaram comportamentos parecidos no mês. Em março foi observado aumento de 0,9% no segmento "Financeiro" e de 1,6% no segmento "Não Financeiro". Por outro lado, enquanto o segmento "Financeiro" avançou 2,0% entre o 4º trimestre do ano passado e o 1º trimestre deste ano, o segmento "Não Financeiro" recuou levemente, 0,1%, na mesma base de comparação.
As variações na comparação interanual das aberturas foram no mesmo sentido, diferentemente do que foi observado no mês anterior, mas em magnitudes bem distintas. O segmento "Financeiro" subiu 12,2% e "Não Financeiro" 0,6% em março. Esse padrão foi também verificado na comparação entre os resultados do primeiro trimestre deste ano contra igual período do ano anterior, o segmento "Financeiro" cresceu 17,7% e o "Não Financeiro" 0,3%.
Já na análise de longo prazo o crescimento no segmento "Financeiro" continua em desaceleração, passando de um crescimento de 15,3% em fevereiro para um avanço de 15,2% na aferição atual. No segmento "Não Financeiro" o indicador segue aprofundando seu ritmo de baixa e agora registra variação de -4,8%, ante -4,7% até o mês de fevereiro.
"O aumento na comparação trimestral não foi suficiente até aqui para reverter a tendência de desaceleração na demanda por crédito e, na verdade, isso não é esperado que aconteça no curto prazo, tanto que algumas projeções de crescimento do mercado de crédito para este ano estão sendo revisadas para baixo, embora elas ainda sejam positivas. O comprometimento de renda das famílias ainda é muito elevado, mesmo que tenha melhorado nas últimas leituras, e diante de um cenário de juros altos, que deve se estender por mais tempo, e de inadimplência elevada também, a demanda por crédito do consumidor deve se deparar com uma oferta mais restritiva", diz o economista da Boa Vista, Flávio Calife.
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