O consumo da carne vermelha no Brasil atingiu o menor índice desde 2005, a 16 anos atrás, segundo apontou levantamento realizado pelo especialista da Consultoria Agro do Itaú BBA Cesar de Castro Alves para a BBC News Brasil.

Por ano, segundo o estudo, cada pessoa come 24,5kg de carne. O consumo, que já vem caindo nos últimos três anos, deve ficar cerca de 2% menor em 2022.

O levantamento foi realizado com base no consumo aparente, ou seja, calculando a carne bovina inspecionada, descontadas as exportações e somadas as importações.

O preço destes itens ocupa posição recorde, chegando a 38,17% a mais que no ano anterior, segundo consultado em junho de 2021.

Em setembro os preços registraram leve queda, mas seguem em alta de 10,81% em comparação a todo grupo de alimentos e bebidas, que registrou 8,9%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre), o produto já ficou 33% mais caro no ano encerrado em novembro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) já acumula uma alta de 9,26%. Assim, o brasileiro que recebe um salário mínimo já perdeu R$ 101 em poder de compra.

A taxa de desemprego, apesar de registrar leve queda, está estável em 12,6%, ou seja, há 13,5 milhões de pessoas desempregadas no Brasil.

A alta do preço da carne se deve a uma série de fatores. Os principais são o dólar alto, o aumento dos preços do milho e da soja, menor disponibilidade de bois e a seca que afetou, principalmente, o Centro Sul do Brasil.