Seminário discute ações científicas e institucionais para controle da Covid-19
O evento foi em formato híbrido e aconteceu presencialmente no Auditório Central da UEFS
O Comitê Gestor da Covid-19 da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) realizou, ontem, quarta-feira (23), o seminário "Desafios e Perspectivas de Controle da Covid-19" que marca uma série de discussões e práticas que estão sendo realizadas para se gerir e intervir nas condições sanitárias de prevenção à Covid-19 na instituição, mas também o protagonismo da UEFS na produção de conhecimentos e colaboração com instituições para tomada de decisões. Com transmissão pela TV Olhos D'água (TVOD), o evento, em formato híbrido, aconteceu presencialmente no Auditório Central da UEFS, reunindo pesquisadores e gestores públicos da instituição, da Bahia e de outros estados que vêm atuando ao longo da pandemia.
"Desde o início, internamente, adotamos todas as medidas, com muita responsabilidade, para salvaguardar nossa comunidade nos momentos em que as medidas não-farmacológicas precisaram ser adotadas, nos momentos de isolamento, do trabalho remoto, o estudo remoto. Mas, ao mesmo tempo, também tivemos iniciativas importantes que quero destacar aqui", expôs o reitor, Evandro do Nascimento, apontando uma série de ações realizadas pela UEFS no desenvolvimento de estudos e recursos tecnológicos que estão auxiliando pesquisadores e representantes públicos no conhecimento sobre a Covid-19 e no apoio à comunidade.
O Portal Geocovid; a pesquisa pioneira no Brasil com pessoas assintomáticas para levantamento de perfis epidemiológicos de Feira de Santana em relação à disseminação do novo Coronavírus e suas variantes, referência que foi ampliada em outras fases a partir do trabalho conjunto com participação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen);o Centro de Reabilitação Pós-Covid, estruturado numa parceria com a prefeitura de Feira; o apoio logístico à vacinação no campus, entre outras ações: foram lembradas pelo reitor como contribuições da UEFS à sociedade a partir das articulações interinstitucionais, na Bahia e no Brasil, e apresentadas na mesa 1 do evento, pelos pesquisadores Erenilde Marques, Silvone Santa Bárbara, Maricelia Lima, Washington Rocha, Aristeu Vieira da Silva e Eddy Francisco. "O grande saldo para uma instituição universitária é o reconhecimento do papel da ciência nesse processo", avaliou Evandro do Nascimento.
Nessa linha, o superintendente executivo de programas e projetos da Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC-BA), Marcius de Almeida Gomes, destacou o papel da UEFS: "uma das primeiras a tomar iniciativa naquilo que envolvia a Covid". A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) comentou sobre a integração desta com outras secretarias, universidades e demais instituições. "O importante é destacar que, de fato, em ação complementar solidária ou em ação própria específica de uma instituição de ciência e tecnologia; e, claro, assumindo sempre o papel de defesa e importância da produção do conhecimento e desenvolvimento de tecnologias para o enfrentamento à pandemia", frisou Adélia Pinheiro sobre a atuação da UEFS e de cada universidade. "Ajudamos a sociedade a atravessar esse momento difícil", completou o reitor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Fábio Josué dos Santos.
"Vamos enfrentando esse enorme desafio e vencendo, superando, a cada dia, cada momento o que temos que superar", reforçou o pró-reitor de Planejamento e Orçamento (Proplan) e coordenador do comitê de assessoramento da Covid-19 na Universidade Federal da Bahia, Eduardo Mota, representando o reitor João Carlos Salles, e finalizando as exposições da mesa de abertura do evento, pela manhã.
Na sequência, o pesquisador Silvano Barbosa apresentou os cenários mundial, nacional e estadual da pandemia a partir de dados estatísticos e representações gráficas com base nos levantamentos das Organizações Panamericana de Saúde (Opas) e Mundial de Saúde (OMS). Em âmbito global, considerou casos e óbitos, a situação epidemiológica entre países das diferentes regiões da OMS e vacinação; no Brasil, além de casos e óbitos, as taxas de hospitalizações e ocupação de leitos por cada unidade da federação, variantes do novo coronavírus e o quadro de vacinação da Covid-19.
Em sua exposição, a diretora de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Sesab, Márcia São Pedro, ressaltou a articulação entre as Vigilâncias Epidemiológica e Laboratorial a partir da disponibilidade e uso de dados de forma integrada: "não há vigilância epidemiológica sem vigilância laboratorial". Para isso, relatou como tem sido a experiência do Lacen nesse contexto. "Nós fomos o segundo estado do Brasil que realizou a linkagem [integração] entre essas bases de dados". E ratificou a necessidade de articulações entre sistemas de informações em saúde para maior monitoramento e controle da Covid-19 nos territórios por notificações de casos, de internamentos e óbitos, além daquelas obtidas pelos resultados de testagens realizadas nos municípios para identificar se uma pessoa está ou não contaminada com o novo Coronavírus. É importante lembrar que, até então, a UEFS aguardava o Lacen divulgar os resultados dos testes de RT-PCR encaminhados àquele laboratório. Posteriormente, a Sala de Testagem da UEFS passou a ter acesso direto ao Gerenciador de Ambiente de Laboratório do Lacen, agilizando a comunicação de resultados e as notificações de casos da instituição à comunidade acadêmica e à secretaria de saúde de Feira.
Já Melissa Falcão, infectologista da Secretaria Municipal de Saúde, que foi Coordenadora do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus em Feira de Santana, ressaltou o fato de este município ter registrado, no dia 6 de março de 2020, a primeira notificação de contaminação pelo novo Coronavírus na Bahia e na região Nordeste do país; e os desafios, desde então. E, mesmo com o alto potencial de transmissão viral pela variante ômicron, a representante da secretaria de saúde lembrou que Feira de Santana passou a ser o sexto município com mais de 100 mil habitantes no Brasil com a menor taxa de mortalidade pela Covid-19. Contudo, em relação ao âmbito estadual, sinalizou que é fundamental à população cumprir o ciclo vacinal, sobretudo entre a primeira e a segunda dose da vacina, para que clinicamente as pessoas tenham melhores respostas imunológicas contra o novo Coronavírus e, na perspectiva epidemiológica, que as autoridades tenham maior precisão de controle da pandemia.
Perspectivas futuras e a importância da ciência a partir da Covid; desigualdades sociais e vulnerabilidades implicadas na pandemia; a identificação do SARS-CoV2 em animais e o futuro pós-covid entre outros desdobramentos temáticos, foram debatidos no período da tarde no evento, com os pesquisadores Claudio Manfra, Alexandre Biondo, Louise Kmetiuk, Rivaldo Venâncio da Cunha e Maria da Glória Teixeira.
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