Feira de Santana sedia congresso de desastres em massa entre 23 a 26 de agosto
IV CIDEM ocorre entre 23 a 26 agosto
Após hiato devido a pandemia de Covid-19, o Congresso Internacional de Desastres em Massa (CIDEM) volta a ser realizado em Feira de Santana, entre 23 a 26 de agosto, na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Este ano, o evento internacional terá como tema principal 'desastres com barragens, inundações e resíduos tóxicos'.
Coordenador do evento, o professor da UEFS Jeidson Antônio Morais Marques, doutor em Odontologia Social e Preventiva, explicou o tema adotado para o retorno das atividades do CIDEM. "A cada ano abordamos temas de grande relevância, como desastre aéreo com veículos, simulação de um possível ataque terrorista e transporte de produtos perigosos e incêndio. Estamos vendo muitos desastres com barragens como Brumadinho e a nossa região tem muitas barragens, na Bahia tem muitas barragens e barragem que tem situação de alerta, desde barragens de água até de resíduos de mineração e tóxicos. É um tema relevante. É um projeto internacional, a gente não trata de um problema local, a gente discute e reúne vários países do mundo para discutir esse assunto", comentou o especialista.
Os desastres ocorridos no Brasil nos últimos anos como em Mariana (2015), na barragem da empresa Samarco e em Brumadinho (2019), na barragem da Empresa Vale S.A., além do impacto social, com centenas de mortes, deixaram também graves impactos ambientas. É nesta perspectiva de olhar o passado, que o CIDEM traz o tema à tona. "Essa ocorrência é tão grave, que causou a necessidade de mais fiscalização, promove-se mais treinamentos. Um caso como esse leva-se a atos de prevenção e cuidados, chama-se a atenção para que não deixe mais ocorrer uma situação como essa. Infelizmente esse risco continua existindo, só que há treinamento, atos governamentais, mais fiscalização para evitar que aconteça de novo", explicou Marques.
O CIDEM ainda irá abordar outro tema que causou impacto no Brasil, principalmente em 2023, que é ataques em escolas. O estudo "Raio-x de 20 anos de ataques a escolas no Brasil", levantamento feito pelo Instituto Sou da Paz, aponta que desde 2002 foram contabilizados 25 casos que deixaram 139 vítimas, sendo 46 fatais. 2023 é o ano que mais registrou episódios de violência com sete ataques, seguido por 2022 com seis, e 2019 com três casos. "Vamos tratar também de segurança na escola. É um tema atual que é questão da prevenção, conduta e orientação de pessoas em situação de pânico em escolas, universidades ou qualquer estrutura", comentou o organizador.
Para o professor Jeidson Marques, a orientação a população é de fundamental importância. "Um projeto como esse se preocupa com a orientação a população, em uma região próxima a um local que tenha risco, há uma obrigação das instituições governamentais ou empresas para que se promova treinamentos, orientações com esta população, para que em caso de um pânico, tenha uma orientação específica", explicou, apontando ainda a necessidade de multiplicar as orientações em ambientes escolares e zonas de risco. "O que estamos fazendo é uma reunião de mais de 5 mil pessoas que envolve a comunidade, o meio acadêmico, militares e membros do SAMU e ainda a comunidade internacional. Temos vários enfoques dentro deste projeto. Existem atos secundários, livros, cartilhas, reportagens, para serem passados nas escolas, para multiplicar as orientações. Se a população não souber se comportar diante daquela situação, maior número de vítimas. A questão da preservação do local é muito importante pata a perícia para identificar responsáveis e vítimas", ponderou.
O coronel BM Antônio Júlio Nascimento Silva, do Corpo de Bombeiros, comentou sobre a importância da participação da brigada no evento e destacou que os bombeiros não atuam sozinhos em uma situação de desastre em massa. "Esse evento é multi-sistêmico, começa desde o Ministério da Defesa, e chega até a Secretaria de Segurança Pública, que é o grande coordenador deste processo do ponto de vista da segurança social. Além disso, a Secretaria de Meio Ambiente a Secretaria de Saúde do estado, inclusive com uma grande participação do Hospital Clériston Andrade. O bombeiro por sua natureza constitucional tem a maior finalidade dentro programa por que ele trabalha na parte quente. Ele resgata vítimas, ele salva, entra em profundidade, mergulha, toda estrutura de uma situação de desastre", disse o bombeiro militar.
A atividade, segundo o coronel BM, está incluída no calendário de treinamento dos brigadistas. "Estamos usando esse evento como parte do calendário de atividades da corporação. Essas forças atuam em conjunto, nos grandes desastres os bombeiros não atuam sozinho, é um sistema de segurança e esse evento acaba fazendo parte de um calendário de atividades nossas", explicou.
COMO PARTICIPAR
Segundo o coordenador Jeidson Marques, são várias formas de inscrição, desde os voluntários (para participar como atores do treinamento), onde são destinadas 1.000 vagas, mediante a contato e prévia entrevista, existem as pessoas convidadas pelas forças de segurança que participam do evento e também as vagas destinadas a comunidade, para participaram como ouvintes, mediante a taxa de inscrição. "Vamos tornando o evento cada vez maior mediante aos apoios que temos. Esse evento acontecerá todo dentro da UEFS, estamos construindo cenários de vazamento de barragens, inundação, vazamento de produtos perigosos", disse Marques.
Para mais informações sobre o IV CIDEM, acesse.
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