A primeira vez é difícil de esquecer, uma primeira vez que proporciona estar entre os melhores é um marco para um seleto grupo. O álbum de estreia da cantora feirense Rachel Reis, 'Meu Esquema', nem completou um ano de lançado e já projetou a baiana para uma indicação ao prêmio Grammy Latino, edição 2023, organizado pela Academia Latina da Gravação. Os vencedores serão revelados em cerimônia no dia 16 de novembro, em Sevilha, na Espanha.

O disco lançado em 27 de setembro de 2022 concorre na categoria 'Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa', junto com 'Não Me Espere Na Estação', de Lô Borges, 'Jardineiros', de Planet Hemp, 'Habilidades Extraordinárias', de Tulipa Ruiz e 'Olho Furta-Cor', dos Titãs.

Em entrevista para o jornal FOLHA DO ESTADO DA BAHIA, Rachel Reis comentou sobre como recebeu a notícia da indicação ao prêmio. "Não estava esperando. Não queria criar expectativa com uma indicação. Acabei não me envolvendo muito. Estava ouvindo música quando Fernando [produtor da cantora] me ligou para me contar. Dar a notícia que fui indicada", disse a cantora.

"Estou anestesiada com a notícia da indicação, as coisas vão acontecendo aos pouquinhos e a gente não vai tendo noção. Fico feliz quando vejo o alcance, vejo o público que me acompanha. Ás vezes no automático, todos os dias faz uma coisa, faz outra, não conseguimos ver a dimensão, mas quando essa ficha cai é muito bonito de ver", disse Rachel, ao rememorar 2023 até aqui.

O ano começou com Rachel Reis premiada com o Prêmio APCA 2022, da Associação Paulista de Críticos de Arte na categoria 'Artista Revelação' e com o prêmio de Single Ouro com 'Maresia', que atingiu 10 milhões de execuções nas plataformas digitais. Ela foi homenageada pela gravadora Altafonte Brasil, com base nos números certificados pela Pró-Música Brasil Produtores Fonográfico Associados, ex-Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD), que reúne as maiores empresas de produção musical fonográfica em operação no Brasil. E o segundo semestre ainda guardou para a cantora, além da indicação ao Grammy Latino, o single 'Maresia' na trilha da novela 'Fuzuê', da Rede Globo, a canção 'Caju' feita especialmente para a série nacional 'Cangaço Novo', da Amazon Prime.

Sobre 'Meu Esquema', álbum no holofote do Grammy Latino 2023, Rachel disse a reportagem que a gravação de um trabalho completo era um sonho, mesmo antes de lançar singles ou até mesmo um EP, como foi o caso do 'Encosta' (2021). Todas as 12 faixas são autorais, reunindo os primeiros experimentos de Rachel como compositora. Para a artista, a concepção sonora do disco também não foi pensada para atingir um determinado estilo musical. O disco foi produzido por Barro e Guilherme Assis, com participações de Cuper e Zamba, com quem a cantora lançou 'Maresia'.

"Geralmente gosto de trabalhar com pessoas que conheço o trabalho. Já tinha trabalhado com o Barro e o Guilherme no comecinho com dois singles e fiz o EP com Zamba e Cuper e como foi uma coisa que funcionou para gente, cheguei em todos eles de novo. Não tivemos um conceito exatamente amarrado ou uma história que eu contasse que ligasse o disco de uma ponta a outra. Sabemos que lançar um álbum é muito difícil, principalmente por questões financeiras então aguardei um pouco", comentou.

Para Rachel, a indicação ao Grammy Latino tanto fecha o ciclo de 'Meu Esquema', como também assegura a cantora para novos lançamentos, que devem chegar 2024. "Foi um ano muito interessante. Ainda mais agora que o álbum completa um ano daqui a uma semana. Independente de ganhar ou não, permite fechar o ciclo com chave de ouro. Muito feliz com que vem acontecendo até aqui", refletiu a cantora.

"Já tenho coisas que estão bem iniciadas, que não posso contar agora, está bem encaminhado. A indicação [ao Grammy] veio como um sinal para mim que mesmo com o pé no chão, não tem como não ficar feliz com uma coisa tão grandiosa", resumiu.

Mais Bahia no Grammy Latino 2023

A Bahia ainda marca presença na 24ª edição do Grammy Latino 2023 com o grupo ÀTTØØXXÁ, em música com participação de Carlinhos Brown 'Da Favela Pro Asfalto', categoria 'Melhor Interpretação Urbana em Língua Portuguesa' e Xênia França com o álbum 'Em Nome da Estrela' na categoria 'Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa'.