CARU e Canto Cego se unem em canção símbolo da anistia: "Tô Voltando"
Canção de 1979 é um clássico da música brasileira
O tempo presente está suspenso e, diante da realidade atual do mundo, o conceito de futuro parece algo abstrato. É difícil seguir em frente na completa incerteza do porvir, e nesse contexto, o passado ressurge com força, em suas sombras e glórias.
Olhar para trás na tentativa de encontrar respostas, ou simples pistas que revelem uma trilha possível adiante, pode ser uma alternativa ao aprisionamento que o agora nos impõe. Revisitar memórias, rever escolhas e refazer caminhos, buscando reorganizar o presente e reconstruir uma ideia de futuro. Esse foi o sentimento que impulsionou a artista baiana, nascida em Feira de Santana, CARU, a propor uma parceria com a Banda Canto Cego para a regravação da emblemática canção "To Voltando". O lançamento do single em todas as plataformas de streaming será dia 13 de outubro e o videoclipe dia 23 de outubro.
"Durante a pandemia, eu, assim como muitos artistas, me vi completamente perdida, artisticamente perdida. Um ímpeto/ansiedade criativa me consumiam e ao passo que eu produzia incansavelmente, pensava que nada iria dar conta do vazio que a imensidão de dor que o mundo estava/está vivendo. Então parei. Olhei pra dentro e mergulhei em mim, na minha baianidade repleta de histórias. Sai das redes e senti. Foi depois de um tempo me escutando que me lembrei da canção "Tô Voltando" e imediatamente tive a certeza que eu precisava voltar, mas não sozinha. Uma das regravações que eu mais amo é também um samba, "Zé do caroço" da Banda Canto Cego. Peguei o telefone e mandei um áudio pra Roberta: "Tenho uma ideia, bora voltar pro estúdio? Ela conversou com a Banda, eles toparam e estamos voltando", disse CARU. A canção composta por Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro no ano de 1979, é originalmente um samba sobre a saudade.
Seus versos celebram o retorno ao conforto do lar, o reencontro com a pessoa amada, a intimidade e os pequenos prazeres da vida cotidiana. Mas naquele mesmo ano de 79, o Brasil inteiro viu o samba ganhar outras dimensões e entrar para história ao ser cantado na recepção dos exilados políticos que retornavam ao país após anos de exílio durante a ditadura. Tô Voltando se tornou um símbolo do Movimento pela Anistia e da luta democrática que ecoa até os dias de hoje.
Em pleno 2021 vemos a nossa democracia sendo seriamente ameaçada por um governo que exalta os anos de ditadura e seus feitos cruéis e autoritários. Além disso, vivemos uma pandemia mundial que nos isolou do contato com os nossos, ressignificando a potência dos encontros e da troca de afetos. Com a proximidade de um novo processo eleitoral e a crescente resposta das ruas ao atual governo, surge a esperança de reafirmarmos as nossas raízes democráticas, ao mesmo tempo em que os avanços no combate à pandemia nos dão o vislumbre de um retorno ao convívio social e ao abraço dos amigos. A versão traz a canção ao contexto atual, honrando sua força e história, fazendo-a emergir novamente como um hino de resistência e esperança a ser entoado a plenos pulmões.
Olhar para trás na tentativa de encontrar respostas, ou simples pistas que revelem uma trilha possível adiante, pode ser uma alternativa ao aprisionamento que o agora nos impõe. Revisitar memórias, rever escolhas e refazer caminhos, buscando reorganizar o presente e reconstruir uma ideia de futuro. Esse foi o sentimento que impulsionou a artista baiana, nascida em Feira de Santana, CARU, a propor uma parceria com a Banda Canto Cego para a regravação da emblemática canção "To Voltando". O lançamento do single em todas as plataformas de streaming será dia 13 de outubro e o videoclipe dia 23 de outubro.
"Durante a pandemia, eu, assim como muitos artistas, me vi completamente perdida, artisticamente perdida. Um ímpeto/ansiedade criativa me consumiam e ao passo que eu produzia incansavelmente, pensava que nada iria dar conta do vazio que a imensidão de dor que o mundo estava/está vivendo. Então parei. Olhei pra dentro e mergulhei em mim, na minha baianidade repleta de histórias. Sai das redes e senti. Foi depois de um tempo me escutando que me lembrei da canção "Tô Voltando" e imediatamente tive a certeza que eu precisava voltar, mas não sozinha. Uma das regravações que eu mais amo é também um samba, "Zé do caroço" da Banda Canto Cego. Peguei o telefone e mandei um áudio pra Roberta: "Tenho uma ideia, bora voltar pro estúdio? Ela conversou com a Banda, eles toparam e estamos voltando", disse CARU. A canção composta por Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro no ano de 1979, é originalmente um samba sobre a saudade.
Seus versos celebram o retorno ao conforto do lar, o reencontro com a pessoa amada, a intimidade e os pequenos prazeres da vida cotidiana. Mas naquele mesmo ano de 79, o Brasil inteiro viu o samba ganhar outras dimensões e entrar para história ao ser cantado na recepção dos exilados políticos que retornavam ao país após anos de exílio durante a ditadura. Tô Voltando se tornou um símbolo do Movimento pela Anistia e da luta democrática que ecoa até os dias de hoje.
Em pleno 2021 vemos a nossa democracia sendo seriamente ameaçada por um governo que exalta os anos de ditadura e seus feitos cruéis e autoritários. Além disso, vivemos uma pandemia mundial que nos isolou do contato com os nossos, ressignificando a potência dos encontros e da troca de afetos. Com a proximidade de um novo processo eleitoral e a crescente resposta das ruas ao atual governo, surge a esperança de reafirmarmos as nossas raízes democráticas, ao mesmo tempo em que os avanços no combate à pandemia nos dão o vislumbre de um retorno ao convívio social e ao abraço dos amigos. A versão traz a canção ao contexto atual, honrando sua força e história, fazendo-a emergir novamente como um hino de resistência e esperança a ser entoado a plenos pulmões.
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