Pix do RS arrecada R$ 78 milhões; saiba o caminho e aplicação das doações
A arrecadação promovida pelo governo do Estado do Rio Grande do Sul já recolheu R$ 78,3 milhões na campanha iniciada no começo deste mês
Com intuito de auxiliar na compra de mantimentos para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, vários órgãos governamentais, entidades privadas e pessoas físicas estão fazendo doações. São mais de 1,4 milhão de pessoas afetadas, sendo 165 mil desalojados e 67,5 mil em abrigos. Essas pessoas precisam de água, alimentos, roupas, colchões, itens de higiene e outros, além de ajuda financeira para reconstruir suas casas, comércios e bens pessoais.
Apesar de ser divulgado como o Pix de arrecadação oficial do governo, o dinheiro não entra no caixa do Estado, o que levantou muitas dúvidas sobre e transparência da gestão e uso do dinheiro. Durante coletiva de imprensa na terça-feira, 7, o governador Eduardo Leite explicou que o dinheiro vai para a Associação dos Bancos do Estado.
"Nenhuma das ações (do governo em resposta à catástrofe) que anunciamos aqui vai consumir os recursos do Pix", disse Leite, se referindo ao anúncio de R$ 200 milhões de recursos do governo do Estado em caráter emergencial que será direcionado para os municípios, famílias, hospitais, recuperação das estradas e aluguéis sociais.
'SOS Rio Grande do Sul' – A arrecadação promovida pelo governo do Estado do Rio Grande do Sul já recolheu R$ 78,3 milhões na atual campanha iniciada no começo deste mês. O dinheiro ainda não foi utilizado e será doado diretamente para as pessoas atingidas, focando, inicialmente, em municípios mais atingidos e que tiverem condições de retorno às atividades.
A destinação à associação acontece porque, por ser uma entidade privada, consegue distribuir os valores de forma mais ágil. A movimentação é acompanhada pelo Comitê Gestor (em que o governo do Estado gaúcho tem representantes), que define os critérios de distribuição e as entidades responsáveis pelo pagamento ao cidadão.
"É um dinheiro que vai direto para a conta de quem precisa. Se entrasse no caixa do governo, se tornaria um recurso público e teríamos uma série de exigências a cumprir na hora de investir. Como sai de uma conta corrente de uma entidade privada, a pessoa poderá comprar material de construção ou alimentos, por exemplo. Não há exigência da destinação", afirmou o secretário-chefe da Casa Civil do Rio Grande do Sul, Artur Lemos.
Segundo o governo gaúcho, uma das propostas avaliadas pelo comitê é convidar uma empresa de auditoria para acompanhar o processo de forma voluntária. Em setembro de 2023, o mesmo Pix – que foi criado no contexto das enchentes que atingiam a região as cidades do Vale do Taquari na época – arrecadou R$ 5,5 milhões e beneficiou 2.327 donos de pequenos negócios que foram prejudicados pelas enxurradas.
A partir da lista de inscritos interessados em receber o benefício, o mapeamento foi conduzido pela Central Única das Favelas (Cufa), participante do comitê gestor.
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